31 julho, 2006

regresso

espinhosa tarefa o regresso.
todas as palavras parecem ser indecentes.
não sei como desfazer esta habituação ao silêncio.
esse meu doce veneno.
essa concha.
esse sonho de concha.

10 julho, 2006

do coração da memória o paraíso do meu futuro

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© 2002

e este espaço encerra agora, até ao fim de julho.
vou em busca de ar puro, do gozo pleno dos dias inteiros.
recolher-me na sombra quente das tardes quietas.
ler. tentar ler muito. e dormir.
deixar-me adormecer enfeitiçado pelos sorrisos das crianças.
espero, todavia, que continuem a cá vir.
espero que continuem a gostar de cá vir.
(têm sempre à mão os arquivos...)
vou mas já vos sinto a falta.
um beijo especial para a Isa, para a Feniana, para a Guevara,
para a hfm, para a [t], para a dona do Cão com pulgas, para os
três maquinistas da Linha do Norte, e ainda para a Carla e para a
Patrícia.
um abraço também para o Knuque e o Moloi.
obrigado a todos. já não passo sem o vosso alento.
o vento agradável das vossas palavras e ideias.
tenho dito.
boas férias para todos.
e até breve.

09 julho, 2006

e assim um beijo agora no começo do teu verão

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© 2006

08 julho, 2006

domani

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© 2006

Capa e contracapa do último cd-demo de MOLOI.
Quem é Moloi não sei dizer. Ele assume-se como músico naif.
Eu diria antes eruditamente naif.
Aqui neste disco compilou uma séria de músicas e canções
escritas ao longo de muitos anos, entre a Baía e o Rio, entre
Lisboa e o Porto, entre a enfeitiçada Sintra e a bela Toscânia...
O disco é apenas uma maquete, não tem absolutamente nenhu-
ma pretensão profissional, as músicas foram sendo gravadas
quase sempre em condições pouco ideais, desde o mais rafeiro
gravador de cassetes, a horas curtíssimas de gravação em
estúdios alugados ou afins.
Os músicos (além dele próprio) e autores dos arranjos são seus
amigos brasileiros que estão ligados ao Sindicato Nacional dos
Compositores, no Rio. As vozes são de Toninho Villas, Tânia
Malta, Senza, Nilda, Chico Reis e ainda Moloi himself.
Quanto a mim, tenho ajudado, passe a presunção, no artwork
de alguns dos discos que ele já se lembrou de compilar. E fico a
torcer, candidamente - mas que importa isso? -, para que algu-
ma das grandes vozes do Brasil - e são inúmeras! - possa um
afortunado dia - quem sabe! - lembrar-se de ousar a gravação
de uma das suas composições...


" A Raiz do Fado", canção de Moloi

os meus olhos vermelhos rubros por você
só peço agora que tenha mais cuidado
e não me traia assim tão adoidado
quem descobriu a raiz do fado
quem descobriu a raiz do fado
sabe mais do que eu

mas quem sabe mais
é o próprio fado
e você se perdeu

vuelvo al tango

voltar ao tango. agora com outros sabores.
e também múltiplas cores.
às vezes apenas em tons de pastel.
a pungente beleza apenas acariciada.

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© 2006 ( Gotan Project/Lunático Tour no Coliseu do Porto)

"[...] Eu falo com os bandoneons. É por isso que juro que certa
vez o fueye de Troilo gritou "Ai!". Julgo que o magoei. Talvez
tenha batido num botão com o dedo. Toco com violência; o meu
bandoneon tem de cantar e gritar. Não consigo conceber tons de
pastel no tango. Falo com ele (o bandoneon) para que não me
deixe ficar mal a meio de um concerto. Às vezes bato-lhe.
Aquelas batidas na caixa a meio de uma peça são muitas vezes
parte da música, um efeito de percussão. Mas de vez em quando
há também pancadas, quando qualquer coisa me começa a soar
mal. É um daqueles mistérios, como quando a televisão se avaria
e nós lhe damos umas pancadas para resolver o problema. Com
os bandoneons é a mesma coisa - até se estragarem por comple-
to. [...]"

palavras de Astor Piazzolla

Portugal vs Alemanha

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© Roterdão, Holanda, 2000

Queria outro título para este 'post' mas, depois de quase duas
horas às aranhas no 'google', desisti.
Como se traduzirá em língua alemã
vierde que te quiero vierde?

tornear bem as jogadas e entrar pela baliza dentro!

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© Roterdão, Holanda, 2000

Depois vai lá buscá-las, Kahn.

identidades

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© Roterdão, Holanda, 2000

07 julho, 2006

nós vimos do tempo das cartas

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© Porto, 2006

" A amizade é a difícil
arte de viver as
coisas em conjunto
sobrevivendo a
todos os perigos "

Pedro Serrazina em "pequenas estórias sem importância"

06 julho, 2006

a angústia do realizador no momento dos holofotes

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desenho de Pedro Serrazina, 1989

hoje no campo alegre o livro

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05 julho, 2006

agora sou italiano

prontos!

comédie française

O Thierry Henry já tinha provado na publicidade que era muito
bom actor.

il sogno è finito

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© Roterdão, Holanda, 2000

contra os gauleses marcar, marcar!!

Vamos lá ver se hoje à noite o Deco tira mais coelhos da cartola
que o Zidane, se o Figo é mais sábio que o Vieira, se o Ronaldo
ofusca de vez o Henry, se o Pauleta se lembra de voltar a mos-
trar aos franceses quem é o rei dos goleadores de França, se o
Miguel é mais ousado que o Thuram, se o Simão é mais esperto
que o Ribéry, se o Costinha é mais imperial que o Makelele, se
o Ricardo Carvalho demonstra a Gallas quem é mais limpo a
jogar, se o Ricardo volta a ter coração de leão e faz um jogo per-
feito e, se nada disso chegar, antes ainda das preces à nossa
senhora de Caravaggio, que o nosso senhor Scolari se lembre do
Nuninho"Golos"...
Quem sabe ele não repete as proezas de há seis anos!


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© Bruxelas, Bélgica, 28 de Junho 2000 (o hino e o golo do Nuno Gomes)

um hino charrado

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© Bruxelas, Junho 2000

Tive o privilégio de poder estar em Bruxelas para assistir à meia-
-final entre Portugal e a França, no Euro 2000.
Um dia esplendoroso de sol que acabou, para nós portugueses,
numa noite de alguma infelicidade, vítimas dessa mão irrequieta
do alourado Abel Xavier, e dessa invenção efémera que foi o golo
de ouro, ou lá o que era. Cinco minutos antes dessa fatal penali-
dade, João Pinto teve na cabeça a possibilidade de colocar, pela
primeira vez na nossa história, a selecção numa final. Teria saído
de lá um herói. E não teria sequer havido, mais tarde, o triste es-
pectáculo da Coreia. Aí também não teve cabeça. Mas nada a fa-
zer, não se pode reescrever a história. (Por mim, está perdoado,
foi um dos jogadores mais brilhantes que vi jogar, e até acho que
faz muita falta hoje, a esta selecção "sem banco"...)
Voltando ao início, o ambiente fora e dentro do estádio, antes do
jogo, estava fantástico. Emigrantes portugueses e luso-descen-
dentes vindos de todos os cantos da Europa, e alguns até mesmo
das Américas. Muita mulheres bonitas. Muitos sorrisos de pura
alegria. Inesquecível. Como uma onda, esse recalcado orgulho de
ser português, a libertar-se contagiante e a vibrar dentro de um
estádio...
Na bancada onde eu estava, onde estavam aliás portugueses de
todos os sotaques e pronúncias, com a luz do fim de tarde a dou-
rar-nos a pele, o momento de cantar o hino foi, pela primeira vez
para mim, algo verdadeiramente emocionante.
Mesmo assim, não pude deixar de registar esse instante em que
dois rapazes (concerteza filhos de emigrantes, pois mal falavam
português), de charro aceso entre os dedos, puxam de um boné,
e começam a cantar a letra d' A Portuguesa, inscrita na etiqueta
de tecido cosida no seu interior, um boné provavelmente made in
China ou Indonesia...
Momento único.
( E os charros que eles fumaram!)

eu sou do tempo desse filme

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© Estádio Rei Balduíno, Bruxelas, 2000

que ninguém se lembre agora de estudar o santo ricardo

O futebol, mais que um desporto muito físico, é pura física.

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© Estádio Rei Balduíno e Atómio de Bruxelas, Junho de 2000


"FÍSICO ESTUDA PENÁLTIS DOS PORTUGUESES"
(artigo de Paulo Anunciação publicado este sábado passado

no semanário Expresso.)

"Nos últimos 16 anos, a selecção da Inglaterra foi eliminada em
dois Mundiais (1990, 1998) e dois campeonatos da Europa (1996,
2004) depois de perder no desempate por penáltis. Qual a razão
desta fragilidade do jogo inglês? O debate sobre o assunto conti-
nua a encher páginas de jornais, mas ninguém foi mais longe do
que o professor Ken Bray, da Universidade de Bath, que estudou
ao pormenor os penáltis do Portugal-Inglaterra do Euro-2004.
Este especialista em Física Teórica, com um doutoramento em
Mecânica Quântica, dedicou várias páginas do livro How To
Score: Science and the Beautiful Game (Granta Books,
2006) à análise desta verdadeira fatalidade nacional.
O professor Bray identificou uma área nos cantos superiores da
baliza, junto aos postes, que o guarda-redes não poderá fisica-
mente alcançar. "Se o marcador do penálti colocar a bola
nessa zona - que corresponde a 28% da área da baliza -
não há milagres que salvem o guarda-redes. Ele não terá
qualquer hipótese de chegar lá", diz Bray. Uma bola ponta-
peada com força, num penálti, atinge uma velocidade de 97

quilómetros por hora e demora quatro décimas de segundo a
chegar à linha de golo. "Uma bola nestas condições, bem
colocada, atravessará a linha muito antes do guarda-redes
completar o mergulho", explica o professor.
De acordo com a investigação conduzida por Ken Bray, os pe-

náltis marcados durante os jogos de alta competição têm uma
taxa de conversão que ronda os 80%. Essa taxa baixa para os 75%
quando se trata de desempates. No caso da Inglaterra, a taxa de
conversão parece ser ainda mais reduzida. Quando chega a hora
do desempate, "os jogadores ingleses não sabem, ou esque-
cem-se, como chutar", diz ainda Bray, exemplificando com o

dramático Portugal-Inglaterra dos quartos-de-final do Euro-2004,
que os ingleses perderam nos penáltis.
Nessa noite, David Beckham bateu o primeiro penálti com de-

masiada força (113 quilómetros por hora) e com o "topspin" ha-
bitual - dez rotações da bola por segundo - que, neste caso, se
revelou excessivo e fatal. Seguiram-se seis penáltis para a se-
lecção da Inglaterra. Apesar de cinco terem sido convertidos, o
gráfico de Bray mostra como quatro deles foram "tecnicamente
ingénuos e perfeitamente defensáveis", já que entraram na
baliza portuguesa numa zona ao alcance de Ricardo. Cinco dos
penáltis marcados pelos portugueses, ao contrário, foram per-
feitos, com a bola a ser colocada em zonas totalmente fora do
alcance do guarda-redes David James. "

Devo eu acrescentar que o professor Bray tem agora mais um
caso bicudo para estudar. Mas tenho a impressão que este
doutorado em Física vai ter que socorrer-se de outros saberes e
pedir ajuda a um qualquer mestre de Psicologia ou Psicologia
Social ou talvez mesmo a um assistente social ou, sei lá!, a um
padre exorcista, ou até a um afamado bruxo ou bruxa (que
lá na velha Inglaterra também os deve haver)... ou, por último
ainda, em desepero de tese, pedir as opiniões do Príncipe Carlos.

Devo também lembrar aos nossos rapazes que não caiam na ten-
tação de deixar ir o jogo para o desempate nas grandes penalida-
des, porque Zidane também foi perfeito a mandar-nos para casa
mais cedo, nessa malfadada noite de 28 de Junho de 2000...

04 julho, 2006

pequenas estórias sem importância

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Quinta-Feira é lançado às 22 horas, no Teatro do Campo Alegre,
o livro do meu amigo e companheiro de alguns sonhos,
Pedro Serrazina, "pequenas estórias sem importância".
O livro tem texto e desenhos dele e é o 10º livro da colecção
Cadernos do Campo Alegre. Ele estará na sessão e será
apresentado por Fernando Galrito, e vão poder ver-se também
alguns dos seus filmes.
No final, ainda, vai assistir-se a um concerto do The Legendary
Tiger Man, para apresentação do seu novo álbum, Masquerade.
A entrada é livre...

03 julho, 2006

um tango com árvores nos cabelos

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© Porto, Julho 2006


Quarta-Feira passada, abdicando de acompanhar meu amigo
Moloi na sua penúltima noite no Porto, para ir ver o brasileiro
Ed Motta, assisti no TECA à estreia de María de Buenos Aires,
uma óperita com música de Astor Piazzolla e libreto de Horace
Ferrer. Uma obra-prima que ambos concluíram nos dois primei-
ros meses de 1968 e que, na sua apresentação na capital argen-
tina, não parece ter sido recebida de forma muito entusiástica.
A música desta espécie de opereta, como quase sempre em
Piazzolla, é simplesmente bela e genial. A letra de Ferrer foi
para mim uma autêntica surpresa, de uma carnalidade feérica,
surreal, ou mesmo hiper-realista, atravessada de versos subli-
mes, uma espécie de tango torrencial de palavras ardentes que
cantam e exaltam a vida na mítica cidade porteña, terra a que
sonho um dia também aportar.
Aqui no Porto, sob a direcção musical do excelente Walter
Hidalgo, o espectáculo foi largamente aplaudido, embora senti
que muitos lá estivessem, um pouco talvez como há quase qua-
renta anos, à espera de mais movimento, sobretudo o de corpos a
dançar a sensualidade do tango, e terão de lá saído um pouco de-
sanimados.
De referir ainda o belíssimo cartaz desdobrável do espectáculo,
abundante de preciosa informação, do qual transcrevo a seguinte
e divertida curiosidade histórica.

"(...)
O próprio Piazzolla recordou com orgulho uma visita de artistas
brasileiros ( a Buenos Aires, para apresentarem o seu próprio
espectáculo) - Vinicius de Moraes, Baden Powell, Elis Regina, o
Quarteto em Cy, o pianista Oscar Castro-Neves, entre outros -
que aplaudiram de pé enquanto o resto do público permanecia
sentado. Vinicius de Moraes lançou um sonoro "filho da puta!" -
a sua habitual expressão de aprovação, não invulgar entre mú-
sicos. "Foi a coisa mais simpática que jamais me chamaram em
toda a vida", disse-lhe Piazzolla durante o intervalo. Depois do
espectáculo, Piazzolla, Ferrer e Amelita saíram com alguns dos
brasileiros e invadiram o apartamento do médico e músico
Eduardo Lagos, na rua Paraguay, chegando mesmo a arrancar
o médico da cama - para sua alegria. Toda a gente cantou e to-

cou. Vinicius proclamou a necessidade urgente de criar uma ilha
especial para filhos da puta. Posteriormente, concordou em fa-
zer uma tradução para o português de María de Buenos Aires -
algo que, tanto quanto sabemos, não chegou a fazer. (...)"

"algumas coisas"

de "Aquele Que Quer Morrer", poema por
Manuel António Pina, 1978.

"A morte e a vida morrem
e sob a sua eternidade fica
só a memória do esquecimento de tudo;
também o silêncio de aquele que fala se calará.

Quem fala de estas
coisas e de falar de elas
foge para o puro esquecimento
fora da cabeça e de si.

O que existe falta
sob a eternidade;
saber é esquecer, e
esta é a sabedoria e o esquecimento."

02 julho, 2006

agora o nosso fado é ganhar

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© Porto, 2006

dar asas aos sonhos

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© Porto, 2006

a angústia do casal no momento dos penáltis

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© Porto, 2006

01 julho, 2006

Portugal vs Inglaterra

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© 2000/2006

vamos lá rapazes!

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© Amesterdão, 2000

the day after (era sublime se a história se repetisse)

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© Eindhoven/Ermelo, Holanda, 2000

adeptos ingleses

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© Eindhoven, Holanda, 2000

adeptos tugas

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© Eindhoven, 12/Junho/2000

the beautiful game

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© Holanda/Bélgica, 2000

contrastes

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© Eindhoven, Holanda, 2000