o pessoa de todas as pessoas
Chuva lá fora. Chuva fria. Chuva que podia ser neve.
Tantas nuvens sobre Portugal.
Lembram que morreu Pessoa. O Pessoa de todas as pessoas.
Pego no poemário pessoano editado no ano passado. E a 30 de
Novembro lá está o poema que ditou nesse dia derradeiro:
"É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada."
Alberto Caeiro, Poesia
(edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith)
Não está a chover agora. A massa espessa de nuvens está agora
ligeiramente dourada. O sol tenta espreitar aqui e ali.
Imagino que é o Pessoa a sorrir (não é possível pensar nele a rir).
Aquele não era o seu último dia.
Aquilo era, humildemente, o princípio da sua eternidade.
Escrevo estas pobres palavras ao som da festiva música colombiana.
Deixo correr estas canções do acaso. Há agora um rasgão azul no céu.
E o som distante duma trovoada.
Saúdo aquele e este dia.
Tantas nuvens sobre Portugal.
Lembram que morreu Pessoa. O Pessoa de todas as pessoas.
Pego no poemário pessoano editado no ano passado. E a 30 de
Novembro lá está o poema que ditou nesse dia derradeiro:
"É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus.
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada."
Alberto Caeiro, Poesia
(edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith)
Não está a chover agora. A massa espessa de nuvens está agora
ligeiramente dourada. O sol tenta espreitar aqui e ali.
Imagino que é o Pessoa a sorrir (não é possível pensar nele a rir).
Aquele não era o seu último dia.
Aquilo era, humildemente, o princípio da sua eternidade.
Escrevo estas pobres palavras ao som da festiva música colombiana.
Deixo correr estas canções do acaso. Há agora um rasgão azul no céu.
E o som distante duma trovoada.
Saúdo aquele e este dia.