21 fevereiro, 2012

amor natural

19 fevereiro, 2012

sua estupidez

17 fevereiro, 2012

índia

14 fevereiro, 2012

metereológica

de Adília Lopes,
em DOBRA, Poesia Reunida




Deus não me deu
um namorado
deu-me
o martírio branco
de não o ter

Vi namorados
possíveis
foram bois
foram porcos
e eu palácios
e pérolas

Não me queres
nunca me quiseste
(porquê, meu Deus?)

A vida
é livro
e o livro
não é livre

Choro
chove
mas isto é
Verlaine

Ou:
um dia
tão bonito
e eu
não fornico

12 fevereiro, 2012

e se deus fosse o poema que
alguém não soube concluir?

as lágrimas de um fogo extinto.


e se deus fosse um beijo de morte
duma boca que ainda não fechou?

os átimos de meu negro íntimo.

10 fevereiro, 2012

vinho do corpo

de Alice Macedo Campos
em "a mulher sus.pensa"
(Edita-Me, 2011)





era bem mais fácil ser uma mulher, penso.
dar de mamar, cuidar da casa,
fazer os filhos um a um,
ter os espelhos resplandecentes,
o lustro das pratas bem puxado,
um mecanismo de limpeza que,
fora e dentro da casa,
no espaço oculto do silêncio,
assobiasse o lume sobre as coisas.
esta mulher, penso,
é a noite mais alta do mundo.
os homens, quando se põem a caminho,
levam na erecção as mãos vazias,
e na boca enorme os olhos cegos do desejo,
loucamente entram nas chamas do corpo da mulher,
e ardem.

03 fevereiro, 2012

nau frágil

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© Porto, 2011