29 outubro, 2012
21 outubro, 2012
um poema de Regina Guimarães
para o Manuel António Pina
é certo que por vezes conversando
lutavas contra luas e olhos baços
semi-cerravas dextras as palavras tuas
como se nos morresses aos poucos
de temor e de ternura
inexplicadas
porém acostumados ao vaivém do luto
que os teus poemas acendiam
nas duas extremas do corredor
e em todas as portas do labirinto
ficamos sem saber quem se cansou
da fadiga que te trazia
violentamente inalterado
à nossa presença
pudera eu escrever
com a tinta do frio nas costas
e directamente sobre o tampo polido
de uma mesa do café onde esperar
esse tempo amigo que tu eras
passado a limpo
mas haja noite
haja mais noite
e nós crianças
em perda de sono
envelhecendo cada um na sua voz
Regina Guimarães a 19 de Outubro de 2012
é certo que por vezes conversando
lutavas contra luas e olhos baços
semi-cerravas dextras as palavras tuas
como se nos morresses aos poucos
de temor e de ternura
inexplicadas
porém acostumados ao vaivém do luto
que os teus poemas acendiam
nas duas extremas do corredor
e em todas as portas do labirinto
ficamos sem saber quem se cansou
da fadiga que te trazia
violentamente inalterado
à nossa presença
pudera eu escrever
com a tinta do frio nas costas
e directamente sobre o tampo polido
de uma mesa do café onde esperar
esse tempo amigo que tu eras
passado a limpo
mas haja noite
haja mais noite
e nós crianças
em perda de sono
envelhecendo cada um na sua voz
Regina Guimarães a 19 de Outubro de 2012