por essa estrada
"A estrada atravessava um atoleiro seco onde tubos de
gelo se erguiam da lama gelada como formações rochosas
numa gruta. Junto ao tapete de asfalto, os restos de uma
velha fogueira. Mais além, um longo caminho elevado de
betão. Um pântano morto. Árvores mortas a emergir da
água cinzenta, com os restos cinzentos de barba-de-velho
a penderem-lhes dos ramos. Os montículos sedosos de
cinza contra a berma. Ele parou, encostado ao parapeito
rugoso de betão. Talvez agora, com o mundo destruído,
fosse finalmente possível perceber de que é que era feito.
Oceanos, montanhas. O ponderoso contra-espectáculo
das coisas a deixarem de existir. A aridez que tudo varre,
insaciável e friamente secular. O silêncio."
gelo se erguiam da lama gelada como formações rochosas
numa gruta. Junto ao tapete de asfalto, os restos de uma
velha fogueira. Mais além, um longo caminho elevado de
betão. Um pântano morto. Árvores mortas a emergir da
água cinzenta, com os restos cinzentos de barba-de-velho
a penderem-lhes dos ramos. Os montículos sedosos de
cinza contra a berma. Ele parou, encostado ao parapeito
rugoso de betão. Talvez agora, com o mundo destruído,
fosse finalmente possível perceber de que é que era feito.
Oceanos, montanhas. O ponderoso contra-espectáculo
das coisas a deixarem de existir. A aridez que tudo varre,
insaciável e friamente secular. O silêncio."
2 Comentários:
sabendo já quase tudo do silêncio
abriram as montanhas devagar
/ procurando a memória
com os dentes
*
Será que a estrada permite uma passagenzinha pelo mail, Francisco?... ;)
Fico a aguardar...
Beijinhos!
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