28 janeiro, 2007

A Piedade do Tempo, um poema de Francisco Brines

Em que escuro recanto do tempo que morreu
vivem ainda,
a arder, aquelas coxas?
Dão luz ainda
a estes olhos tão velhos e enganados,
que voltam agora a ser o milagre que foram:
desejo de uma carne, e a alegria
do que não se nega.

A vida é o naufrágio de uma obstinada imagem
que já nunca saberemos se existiu,
pois só pertence a um lugar extinto.


(do livro "A Última Costa", com tradução de José Bento)

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

............e enquanto isso tentamos ser barcos....




piedosos????


quem dera.




vou ser anónima...o bloguer hoje não quer nada comigo...:(((


Ysa.



excelente escolha....e eu não conhecia.


obrigada F.


um beijo....sobre as ondas.

29 janeiro, 2007 00:19  

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