"Explicação Rigorosa" de Mário Henrique Leiria
"Esperar
o quê?
uma máquina
de transformar bananas
em governos?
uma porta
que só obedece ao sinal
do ombro respeitável?
o cão profissional
que morde à sexta-feira
a perna que contesta?
o dedo
de unha poluída
que aponta a única direcção?
esperar
o quê?
o riso explosivo
e quente
como um sexo de mulher
aberto em flor
a faca
a granada
o dia"
De mim um pouco farto, enfim, abandono-me a folhear os
"Novos Contos do Gin" do Mário Henrique Leiria.
Publicados nos inícios de 74, cá a lusa pátria sob a mão pesada
do fascismo, e o mundo ainda muito longe de poder sonhar com
uma rede comunicacional global ou sequer com essa coisa
fabulosamente democrática da blogosfera...
Os seus poemas ou pequenos contos, ditos pelo grande Mário
Viegas, que guardo em vinil ou em lembranças de espectáculos
presenciados no desaparecido TEP, ficaram inscritos de forma
perene no grato corpo da minha memória. Voltarei a eles decerto
mais vezes.
Provavelmente, se fosse vivo, o Mário Henrique Leiria talvez
não resistisse, também, à tentação de criar um blogue.
E faria escola, concerteza.
Até porque mesmo assim, creio, há hoje muitos por aí que foram
beber a essa fonte.
Que são devedores do seu estilo.
Que serão devedores da sua coragem.
o quê?
uma máquina
de transformar bananas
em governos?
uma porta
que só obedece ao sinal
do ombro respeitável?
o cão profissional
que morde à sexta-feira
a perna que contesta?
o dedo
de unha poluída
que aponta a única direcção?
esperar
o quê?
o riso explosivo
e quente
como um sexo de mulher
aberto em flor
a faca
a granada
o dia"
De mim um pouco farto, enfim, abandono-me a folhear os
"Novos Contos do Gin" do Mário Henrique Leiria.
Publicados nos inícios de 74, cá a lusa pátria sob a mão pesada
do fascismo, e o mundo ainda muito longe de poder sonhar com
uma rede comunicacional global ou sequer com essa coisa
fabulosamente democrática da blogosfera...
Os seus poemas ou pequenos contos, ditos pelo grande Mário
Viegas, que guardo em vinil ou em lembranças de espectáculos
presenciados no desaparecido TEP, ficaram inscritos de forma
perene no grato corpo da minha memória. Voltarei a eles decerto
mais vezes.
Provavelmente, se fosse vivo, o Mário Henrique Leiria talvez
não resistisse, também, à tentação de criar um blogue.
E faria escola, concerteza.
Até porque mesmo assim, creio, há hoje muitos por aí que foram
beber a essa fonte.
Que são devedores do seu estilo.
Que serão devedores da sua coragem.
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