meia-noite, 16 de junho
(sempre "a teus pés", de Ana Cristina César)
escrevo mais. Não milito mais. Estou no meio da cena, entre
quem adoro e quem me adora. Daqui do meio sinto cara
afogueada, mão gelada, ardor dentro do gogó. A matilha de
Londres caça minha maldade pueril, cândida sedução que dá e
toma e então exige respeito, madame javali. Não suporto
perfumes. Vasculho com o nariz o terno dele. Ar de Mia Farrow,
translúcida. O horror dos perfumes, dos ciúmes e do sapato
que era gêmea perfeita do ciúme negro brilhando no gogó. As
noivas que preparei, amadas , brancas. Filhas do horror da noite,
estalando de novas, tontas de buquês. Tão triste quando
extermina, doce, insone, meu amor.
1 Comentários:
excelente.
muito, muito bom.
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