16 junho, 2009

meia-noite, 16 de junho

(sempre "a teus pés", de Ana Cristina César)


Não volto às letras, que doem como uma catástrofe. Não
escrevo mais. Não milito mais. Estou no meio da cena, entre
quem adoro e quem me adora. Daqui do meio sinto cara
afogueada, mão gelada, ardor dentro do gogó. A matilha de
Londres caça minha maldade pueril, cândida sedução que dá e
toma e então exige respeito, madame javali. Não suporto
perfumes. Vasculho com o nariz o terno dele. Ar de Mia Farrow,
translúcida. O horror dos perfumes, dos ciúmes e do sapato
que era gêmea perfeita do ciúme negro brilhando no gogó. As
noivas que preparei, amadas , brancas. Filhas do horror da noite,
estalando de novas, tontas de buquês. Tão triste quando
extermina, doce, insone, meu amor.

1 Comentários:

Blogger Marta disse...

excelente.
muito, muito bom.

19 junho, 2009 01:44  

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