18 junho, 2008

o mais luminoso dos diamantes




Shara Worden. Adoro esta mulher. A alma por detrás do projecto
My Brightest Diamond. Acabou de sair o seu segundo álbum.
Não precisei de ler nada. Não precisei sequer de ouvi-lo. Já cá
mora em casa.
Há pouca gente no mundo a cantar assim. Com esta intensidade.
Com esta verdade. Anseio por alguém que se lembre de trazê-la
a este periférico país. Valha-nos o You Tube que será, por ora, abençoadamente, o grande invento deste novo século...


4 Comentários:

Blogger Pinky disse...

Francisco, felizmente tenho-te para me dares estas notícias boas. E quando esse dia chegar, estaremos lá ;)!
Beijinhos

19 junho, 2008 01:33  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

obrigada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.


beijos.

19 junho, 2008 08:37  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Homero São Jorge Guerreiro. Bruxo do Embu. Ilíadas na voz de Max Cavalera. Escritor maldito, grosseiro e sujo, resistia aos mais básicos cuidados com a higiene e saúde. Esquizofrênico, morreu sob os cuidados do irmão e da mãe. Esquizofrenia pouca é bobagem? Autor enquadrado entre os tropicalistas quando todas as partes envolvidas insistiam em desmentir qualquer ligação. José Agrippino de Paula (1937-2007) é um personagem e tanto.

José Agrippino de Paula nasce a 13 de julho de 1937. Em São Paulo. Filho do advogado Oscavo de Paula e Silva e da escritora e professora de história Claudemira Vasconcelos. Estuda arquitetura na FAU/USP até a morte do pai, quando prossegue os estudos na UFRJ, no Rio de Janeiro. Vive da mesada da mãe. Escreve sua primeira obra, Lugar Público (Civilização Brasileira), em 1965. É celebrado por parte da crítica como o que há de mais moderno na nova literatura brasileira.

Tão personagem quanto Marilyn Monroe, Burt Lancaster, Marlon Brando, John Wayne, Marlon Brando, Harpo Marx e os outros ícones que protagonizam com o autor em PanAmérica, livro-obra-contracultural-psicodélica, lançada em 1967. Não poderia ser, afinal, ano diferente. É cultura pop, repleto de referências aos cânones dessa sociedade que consome celebridades, informação e coca-cola em medidas desmedidas. Óbvio que trabalhos de arte dessa índole, tão perenes exatamente por louvar o efêmero, sejam virtualmente ignorados tanto pela massa ignorante quanto pela alta classe acadêmica das letras.

O autor construiu em PanAmérica justamente um caleidoscópio alucinante de todas as convenções possíveis, incorporados nas situações tragicômicas de seu personagem-narrador. O livro narra a pretensiosa tentativa de se filmar episódios não-seqüenciais da Bíblia, em movimento cinematográfico. É o roteiro do roteiro do filme. As histórias bíblicas, sagradas, se misturam às profanas descrições de atos sexuais do autor com Marilyn Monroe. É tudo popularesco afinal, é tudo digno de ser encenado em Hollywood.

A voz lenta e grave de Agrippino, aliado a sua persona xamânica, encantaria os tropicalistas, ainda em fase de gestação. Em 1967, lança seu principal livro, PanAmérica (Tridente). Dirige no ano seguinte o média Hitler III Mundo, e em 1969, o espetáculo Rito do Amor Selvagem, proibida pela censura após algumas bem recebidas apresentações. Se torna a grande referência para a psicodelia, inclusive no uso experimental de drogas. Assustado com a repressão – sua casa recebe seguidas batidas policiais -, foge com a mulher, a bailarina Maria Esther Stockler, para a África.

Marginalizado, sofrendo de esquizofrenia, Agrippino tem em PanAmérica e em sua própria vida essa brilhante contradição de se refugiar dos mitos industrializados ao mesmo tempo que faz destes sua energia motora como autor. Nada mais anti-starsystem que Agrippino. Sua caracterização pessoal – aspecto bárbaro, barbas enormes, roupas antiquadas – era a antítese de toda a parafernália descrita em PanAmérica. É provável que sua esquizofrenia tem origem nesse conflito.

Passa anos de irrelevância no cenário literário, apesar de continuar escrevendo. A alcunha de maldito persegue sua obra É diagnosticado como esquizofrênico desde o começo dos anos 80, e vive recluso em uma casa no subúrbio paulistano de Embu das Artes. PanAmérica e Lugar Público são relançados entre 2001 e 2004 pela Editora Papagaio. Sofre enfarto fatal e morre aos 70 anos em 4 de julho de 2007. Deixa 500 cadernos lotados de anotações.

19 junho, 2008 09:31  
Blogger Menina Limão disse...

LINDO.

Nunca a tinha visto em acção. Aquele segundo vídeo é uma preciosidade. O modo como a percussão resulta...é incrível.

21 junho, 2008 15:41  

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