19 setembro, 2007

lust


excerto do romance "LUST" de Elfriede Jelinek

"Os grandes que vão à escola do lucro e não têm mais nada
a não ser preocupações com o que está estatizado, que está
pesadamente pendurado nos nossos sacos de dinheiro, como
este director aqui nas bolsas de leite da mulher. Deram-lhe a
entender da parte do seu superior que a empresa, maravilhosa
cobiça e cólera prodigiosa, gostaria de jogar uma partida de
poker pela vida com os naturais. Os filhos dos que são deixados
para trás sabem bem cedo de que lado é barrado o pão: o
dinheiro da manteiga segue directamente para a conta poupan-
ça-habitação. Para que se poupe para a caixa económica que
pode pagar superprémios. E o director talvez possa jogar com
eles e até cantar.

Portanto, ele tem também outras preocupações, porque nin-
guém leva a vida sozinho. Em cima, ele traz a risca da cabeça
e, em baixo, o seu bolsinho com as partes genitais, que trouxe
para a mulher, até que os olhos dela brilhem, vais ver! O seu
alto ordenado traz uma alegria inextinguível sobre a sua ca-
beça desgasta pela benção do dinheiro. Mas nós, figuras de
criados, nós somos reconhecidos Somos reconhecidos porque
há vida nas profundezas, as pessoas jorram para a tasca. Em
breve trazemos um animal para um lugar seco, onde um
orvalho envenenado de notas de banco cai sobra as suas ne-
cessidades. Sofrem com o nosso crescimento demasiado rápido,
os nulos, que já não conseguem lançar os pés para mais longe
do que aqui, logo que vêem, que têm de contar as horas de
viagem, antes de ficarem de cabeça nua diante dos bons prin-
cípios e dos superiores. Os seus desejos não podem ser reali-
zados e afundam-se sob a foice das economias (oh! as poupanças
do homem!) Sim, este director está completamente no seu
elemento. Põe fim a passos ilimitados, porque é ilimitadamente
rico para as pessoas que, perto dele, aprendem a cair leve-
mente como as folhas, para não o perturbarem quando toca
violino. Ele não vê razão alguma para se dever conter por
detrás das barreiras do seu cinto, que o veste bem porque tal-
vez tenha havido um outro que morou na sua mulher, e só ele
pode ter esse hábito. Muito obrigado, por ter ouvido os meus
insultos."

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

:)))))))))))))))eu é que agradeço.




beijo.





y.

19 setembro, 2007 15:58  
Blogger Naty disse...

Olá vim visitar teu cantinho e gostei.voltarei
bjs naty

19 setembro, 2007 19:47  
Anonymous Anónimo disse...

incapaz de comentar o poema acima.
.
.
.
obrigada não é palavra.

...
...

.
.
.
beijo.

_________________.

20 setembro, 2007 14:54  

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