ler nas horas vagas
Será que trolhas e serventes, ali para Águas Férreas, andam a
ler Paul Lafargue na hora do almoço?
A quem servirá mensagem tão subversiva?
Grito tão efémero?
(É claro que, no dia da inauguração, o grafito não estará lá.)
© Porto, 2006
"E, a propósito da duração do trabalho, Villermé observou que os
forçados das prisões trabalhavam apenas dez horas, os escravos
das Antilhas nove horas em média, enquanto existiam na França,
que fizera a Revolução de 89 e que proclamara os pomposos
Direitos do Homem, fábricas onde o horário de trabalho era de
desasseis horas por dia, hora e meia das quais era dada aos ope-
rários para refeições.
Ó miserável aborto dos princípios revolucionários da burguesia!
Ó lúgubre dádiva do seu deus Progresso! Os filantropos aclamam
como benfeitores da humanidade aqueles que, para enriquecerem
sem fazerem nada, dão trabalho aos pobres; mais valia semear a
peste e envenenar as nascentes do que construir uma fábrica
num aglomerado rural. Introduzam o trabalho de fábrica, e adeus
alegria, saúde e liberdade; adeus tudo aquilo que torna a vida bela
e digna de ser vivida."
Paul Lafargue, "O Direito à Preguiça", 1883
ler Paul Lafargue na hora do almoço?
A quem servirá mensagem tão subversiva?
Grito tão efémero?
(É claro que, no dia da inauguração, o grafito não estará lá.)
© Porto, 2006
"E, a propósito da duração do trabalho, Villermé observou que os
forçados das prisões trabalhavam apenas dez horas, os escravos
das Antilhas nove horas em média, enquanto existiam na França,
que fizera a Revolução de 89 e que proclamara os pomposos
Direitos do Homem, fábricas onde o horário de trabalho era de
desasseis horas por dia, hora e meia das quais era dada aos ope-
rários para refeições.
Ó miserável aborto dos princípios revolucionários da burguesia!
Ó lúgubre dádiva do seu deus Progresso! Os filantropos aclamam
como benfeitores da humanidade aqueles que, para enriquecerem
sem fazerem nada, dão trabalho aos pobres; mais valia semear a
peste e envenenar as nascentes do que construir uma fábrica
num aglomerado rural. Introduzam o trabalho de fábrica, e adeus
alegria, saúde e liberdade; adeus tudo aquilo que torna a vida bela
e digna de ser vivida."
Paul Lafargue, "O Direito à Preguiça", 1883
2 Comentários:
passei lá hoje e também fiquei pasmada. desatei logo a sonhar, como quem sonha que ganha o totoloto, como se seria uma vida de 30 horas de trabalho/semana. ai...
Dá-me uma imensa preguiça de ler estas coisas. Temos opções ou não temos?
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial