24 março, 2006

ler nas horas vagas

Será que trolhas e serventes, ali para Águas Férreas, andam a
ler Paul Lafargue na hora do almoço?
A quem servirá mensagem tão subversiva?
Grito tão efémero?

(É claro que, no dia da inauguração, o grafito não estará lá.)


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© Porto, 2006

"E, a propósito da duração do trabalho, Villermé observou que os
forçados das prisões trabalhavam apenas dez horas, os escravos
das Antilhas nove horas em média, enquanto existiam na França,
que fizera a Revolução de 89 e que proclamara os pomposos
Direitos do Homem, fábricas onde o horário de trabalho era de
desasseis horas por dia, hora e meia das quais era dada aos ope-
rários para refeições.
Ó miserável aborto dos princípios revolucionários da burguesia!
Ó lúgubre dádiva do seu deus Progresso! Os filantropos aclamam
como benfeitores da humanidade aqueles que, para enriquecerem
sem fazerem nada, dão trabalho aos pobres; mais valia semear a
peste e envenenar as nascentes do que construir uma fábrica
num aglomerado rural. Introduzam o trabalho de fábrica, e adeus
alegria, saúde e liberdade; adeus tudo aquilo que torna a vida bela
e digna de ser vivida."

Paul Lafargue, "O Direito à Preguiça", 1883

2 Comentários:

Blogger Mónica (em Campanhã) disse...

passei lá hoje e também fiquei pasmada. desatei logo a sonhar, como quem sonha que ganha o totoloto, como se seria uma vida de 30 horas de trabalho/semana. ai...

24 março, 2006 23:08  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Dá-me uma imensa preguiça de ler estas coisas. Temos opções ou não temos?

24 março, 2006 23:39  

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