21 agosto, 2005

bailes

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© Paredes da Beira 2003



corpos colados a ritos,
luzes que arrastam sonhos.
sopros sabáticos.
corpos erráticos,
corpos suados nos ritmos
da música chã.
vestidos rutilantes e sapatos rombos.
passos trôpegos, laços em ruína.
fantasmas de solidão
no verão pagão.
dança hierática e libertária,
festa feérica e necessária.
baile entre veredas,
e bêbados guardados nas sombras.
nocturna folia entre as montanhas,
vinhedos e fragas como paredes,
o calor louco das noites,
violentadas por foguetes.
rostos, gestos, rastos,
coreografias da rotina.
mãos, bocas, aqui e ali,
promessas em surdina.
risadas e folguedos,
cantadas e segredos,
moçoilas refreadas por raspanetes,
catraios açaimados por açoites,
novos e velhos
como num palácio de espelhos,
os mesmos desejos gastos.
dedos, línguas, deus aqui
como em toda a parte.
(esse que mora para além da lua).
dados jogados na rua,
lento movimento complexo
para o sexo,
como um slow-motion perpétuo.
hoje não é pecado,
só amanhã.
estas palavras, esta dança.

3 Comentários:

Blogger MOLOI LORASAI disse...

Por falar em "bailes" Moloi é o bobo da corte.E a Patrícia é mais bonita que a sua homóloga em Viseu, na mesma hora e no mesmo local.

21 agosto, 2005 10:21  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

como num palácio de espelhos,
os mesmos desejos gastos.
dedos, línguas, deus aqui
como em toda a parte.
(esse que mora para além da lua).

21 agosto, 2005 10:31  
Anonymous Anónimo disse...

"lento movimento complexo
para o sexo,
como um slow-motion perpétuo.
hoje não é pecado,
só amanhã.
estas palavras, esta dança."

21 agosto, 2005 16:26  

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