13 junho, 2005

"Se é tanta a luz", meu filme falhado

" AO LUME " , poema de Eugénio de Andrade

"Nem sempre o homem é um lugar triste.
Há noites em que o sorriso
dos anjos
o torna habitável e leve:
com a cabeça no teu regaço
é um cão ao lume a correr às lebres."

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© 2005

Hoje morreu um dos poetas da minha vida.
De muitos dos dias da minha vida.
Os poemas das palavras claras, das cristalinas
sílabas, dos sons puros, dos límpidos versos,
das paisagens deste pequeno país,
agraciado pelo sol mediterrânico e pelo atlântico mar.

Em dias longínquos, quis fazer um filme que em parte fosse também uma
homenagem à beleza da sua poesia.
Seriam ditos três dos seus poemas.
Cheguei a rodar algumas sequências.
Depois não tive nem coragem nem talento para mais.
Ficou o meu filme abandonado.
Ficou-me o filme na cabeça.
Para sempre.

"se a luz é tanta,
como se pode morrer?"

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Eu também gosto muito de Eugénio de Andrade e acho que o teu filme ainda não está morto. " Se é tanta a luz..."

14 junho, 2005 00:54  
Anonymous Anónimo disse...

Pois.... agora escreves cartas imensas e bonitas, porque escreves como quem sussurra.

agora é verão. agora a luz derrama-se no chão. agora a luz faz sombra nas palavras, nestas tuas palavras. contornam as photos.

mas temos a película e os cristais de sal. e não duvides, francisco que é nela que a tua luz se deve derramar.

não se falham filmes, falham-se vontades.

eu espero. continuo à espera. um dia, certamente te verei derramado na luz de um filme.

eu espero. sentada no verão. na 1ª fila da espera.

22 junho, 2005 17:16  

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