22 março, 2009

palvars

Silêncios. Palavras. Silêncio. Vontade de palavras.
Silêncios que despedaçam palavras.
Palavras que digam destes silêncios.
Palavras, sempre palavras. Silêncios palavrosos.
Labiata. Dor que não desata. Lenine. Lenitivos
musicais. Samba. Rock. Orquídea. Sala cheia. Nenhuma revolução.
Palavras. Dizê-las neste silêncio à toa. Como festa minha.
Dizer sol. Dizer frio. Norte. Porto perdido.
Indigentes. Maltrapilhos de toda a espécie. Santa Catarina.
Dizer. Dizer. Gritar o nexo do silêncio. Todos os sentidos
misturados. Palavras. Todas as palavras. Signos. Muito ou
pouco secretos, isso que me interessa.
Palavras. Fotos. Não há espaço memória. Noite. Batalha. Entorse. 
Tópicos. Borrões. Flashes. Tango. Mulheres. Sempre a palavra 
mulher. Sempre a palavra a salivar. As mulheres tão belas. Sempre.
A sala cheia. O canto pleno. Noite fria. Frio? Inverno? Verão? 
Calor. Calores. Equinócios. Aqui o ócio. Aqui o registo descurado
das coisas. Conversas amenas. Estocolmo. O lá e o aqui. Banhos de 
mar. Banhos em março. Pele, pele, pele, pele. Palavras coladas à pele. 
Sabores latinos. Menos dez graus. Tags. Noite na terra. Os cabelos. 
Os sorrisos. Que digo? Noite em mim. Noite sobre esta vontade de 
palavras. Nunca digito bem palavras à primeira. Fica sempre palavars. 
Ou então palvars. Ou mais frequentemente palvras. Pálpebras. 
Cerro-as. Revistas. Posts. Blogues. Erro meu. Tanta coisa por ler. 
A querer ler. Tanta coisa que me cala. Uncut. Easi. Ler. Courier. Wired. 
So tired. Encerro-me.


6 Comentários:

Blogger isabel mendes ferreira disse...

cerrado assim numa "centopeia" de palavras cadentes....significantes?


_________

como um circulo. de fogo.


o abraço.


forte.

23 março, 2009 17:02  
Anonymous Anónimo disse...

a Isabel viu do alto, do avião, a centopéia no seu círculo de fogo. quando o avião desceu ela própria virou uma palavra: forte.

23 março, 2009 21:41  
Blogger Unknown disse...

estocolmo. o outro blog:http://danne-todayspicture.blogspot.com/

que traz um olhar sobre a escandinávia. um olhar atento por estocolmo ou por outros lugares.

palavras esvoaçantes que nos ligam a todos por uma música que ecoa sem se ouvir: o prazer de escrever.

mafalda

24 março, 2009 14:12  
Anonymous Latuf Isaias Mucci disse...

De repente, não mais que de repente, como escreveu o Poetinha, ou melhor, Vinícius de Moraes, o mais carioca dos cariocas, acabo de receber a visita de Paulo Barata, um recente amigo intempestivo,que me trouxe nosso jornal "Poiésis" para que eu firmasse um autógrafo para um ótimo poeta português, xará de excelente poeta cearense. Mon coeur à nu, mergulho no seu blog e dou de cara com um sintagma que é título de meu primogênito livro de poemas: "Palavras & Silêncios". Adoro sincronicidades e gozo a teia poética, tecida, quem sabe, por Runas, para mim lidas,à beira-mar, num encontro inaugural, por Paulo Barata. Todo o meu afeto, Latuf
www.professorlatuf.blogspot.com

27 março, 2009 23:56  
Blogger Liliana Garcia disse...

Sempre a palavra, sempre a pele e o que vai dentro.

Adorei este post, por aquilo que encerra, por aquilo que solta.

Beijinho

28 março, 2009 00:22  
Blogger francisco carvalho disse...

Obrigado sentidíssimo a todos.

Obrigado, Isabel, pelo abraço de palavras tão belas.

Obrigado, Mafalda. Que bom saber que também vens por aqui. Que também tens o prazer de escrever. Já fui espreitar esse outro blogue, vou porventura linká-lo como janela para a Escandinávia... E tu, quando para lá voltas?...
;)

Obrigado, Raquel. As tuas palavras sabem-me sempre tão bem; a mim, que tanto gosto do teu blogue. Beijos.

Obrigado, Prof. Latuf. Nem sabia direito como agradecer as suas palavras, mas lá lentei e deixei um comentário no seu blogue tão admirável.

E obrigado, intempestivo Moloi!
;)

29 março, 2009 17:53  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial