18 outubro, 2008

entre sorrisos e o impossível esquecimento

Esta semana, em momentos diferentes, ouvi a Agustina Bessa-Luís
exclamar que não suportava os poetas (ou coisa semelhante) e o
Glenn Gould dizer que odiava o público. Sorri com ambos.
Dois seres tão geniais. Não o disseram por soberba ou por um sen-
timento de irredutível superioridade. Disseram-no tão natural-
mente como respiravam. Parece ser da nossa condição ter sempre
que odiar alguém ou detestar alguma coisa, por mais mesquinhos
e inofensivos que possam ser esses sentimentos.

Curiosamente, esta mesma semana, o escritor Milan Kundera
passava à imortalidade não propriamente pelas melhores razões.
Ao que parece, por ter sido um bom filho-da-mãe nos seus verdes
anos.

6 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Agustina gosta de escribas. Moloi nunca foi poeta, sempre um escriba.

18 outubro, 2008 20:14  
Blogger francisco carvalho disse...

O Paulo Austero também não gosta de poetas?

18 outubro, 2008 22:56  
Anonymous Anónimo disse...

gostei do poema do Herberto Helder. Irei comprar o livro, não sei se vende no Brasil...

19 outubro, 2008 02:51  
Anonymous Anónimo disse...

Deste-me 3 novidades num só post, e gostei muito de todas! Eu também não gosto de poetas, nem de poesia, curiosamente, e por mais arrogante que esta afirmação possa parecer. E acho que um artista não se deve preocupar excessivamente pelo seu público, que deve fazer as suas coisas pela sua vontade própria (podes-me dizer onde é que ouviste isso do Gould? foi numa entrevista?). Quanto ao Kundera, estou a leste do Paraíso e sem sei do que é que estás a falar, mas também fiquei curiosa...

Ps: Jonathan Rocks! Cheers! :)

21 outubro, 2008 20:20  
Blogger francisco carvalho disse...

Quanto ao Kundera, se calhar tens sorte em manteres-te a leste das notícias... Mas para satisfazer a tua curiosidade compilei algumas notícias sobre o assunto na imprensa internacional e vou mandar-tas por email. A coisa parece tão evidente que ele bem pode negar...

Aquilo que ouvi a Agustina foi numa conversa filmada com o Manoel de Oliveira, a passar em Serralves na grande exposição a ele dedicada.

O genial Glenn Gould sempre preferiu gravar em estúdio e por isso não gostava do público.Isso à época era absolutamente revolucionário, pois só era costume consagrar-se um grande músico através dos grandes palcos mundiais, qual toureiro em peregrinação pelas arenas deste mundo.
Alguns dos seus discos são resultado de um meticuloso labor de montagem, sempre em busca da suprema perfeição.
Retirei a frase de um excelente filme/documentário que passou no dia 13 no canal Arte. Não o vi desde o início, não sei o seu nome, creio ter anotado o nome do realizador e da autoria da produção mas já não encontro tal nota...

beijos

22 outubro, 2008 10:56  
Blogger francisco carvalho disse...

Ah! Eu gosto de poetas. E há muito cinema que é pura poesia.
E não estranho que haja, cada vez mais, artistas plásticos a recorrer a essa arte das imagens em movimento...

22 outubro, 2008 11:06  

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