o inverno ardendo de seios primaveris
© 2008
"Os seios no inverno estão bem guardados, escondidos nas
suas tocas; mas dão a sensação de primavera quando se
desnudam... No outono adapatam-se ao meio ambiente;
tornam-se mais sensíveis, sentem uma grande ternura pelo
que acontece... Na primavera assomam à primavera, sentem-
-se cheios do orvalho matinal da primavera, sentem-se
arejados, sentem-se cobertos de rosas e com uma frescura
floral... No verão sentem-se crestados pelo sol, cozidos,
tostados pelo calor e, durante a noite escura, quando ninguém
as vê, as mulheres abrem as portas das varandas e tiram os
seios para fora ao fresco da noite.
Abrir de um lado o vestido ou o manto para mostrar um seio é
um gesto ingénuo e malandro, cheio de graça.
Oh, como é atraente essa mulher que vai embaraçada pelos
seus seios demasiado vivos, tão vivos como ela não esperava
que ficassem debaixo da blusa nova! Isto não torna a aconte-
cer; mas hoje já não pode voltar atrás e continua o seu caminho
assustada com a maneira como se destacam e agitam e a
desnudam os seus seios!
Nunca são mais suaves os seios nem saem mais para fora,
mais do que se estivessem nus, do que sob uma mantilha de
crepe.
Os seios livres nas blusa largas, sobretudo as vermelhas, in-
citam à liberdade, aconselham-na, conduzem a ela, pedem-na,
proclamam-na."
(excerto de "Seios" de Ramón Gómez de la Serna)
4 Comentários:
a ausencia dos comentários habituais é muito significativa neste blogue de leitoras femininas.
seios brancos. alvos. de neve e de sal?
obrigada F.
não conhecia.
e verdadeiramente foi um prazer!!!!!
abraço.
F.
bom dia...:)
mudei de tm. e perdi o registo.
(envia-mo?...mantenho o mesmo número)
beijo.
grato.
y.
Gosto do texto, da marca absolutamente masculina e pessoal do texto.
Abraços,
Silvia
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