começando a celebrar o carnaval*
com Manuel Bandeira
"Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
burburinhava. Entre clangôres da fanfarra
passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas ao gosto popular,
em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
de peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas - deusa disto, deusa daquilo,
já tontas e seminuas.
A turba, ávida de promiscuidade,
acotovelava-se com alarido
e, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.
Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
o ar lúgubre, negros, negros...
Mas dentro de nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria
- a profunda, a silenciosa alegria..."
*este ano com grandes limitações técnicas pois não posso ainda, aqui
no blogue, colocar músicas ou imagens...
"Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
burburinhava. Entre clangôres da fanfarra
passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas ao gosto popular,
em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
de peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas - deusa disto, deusa daquilo,
já tontas e seminuas.
A turba, ávida de promiscuidade,
acotovelava-se com alarido
e, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.
Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
o ar lúgubre, negros, negros...
Mas dentro de nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria
- a profunda, a silenciosa alegria..."
*este ano com grandes limitações técnicas pois não posso ainda, aqui
no blogue, colocar músicas ou imagens...
2 Comentários:
"...a profunda e silenciosa alegria".
abraço.
e
até.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial