06 novembro, 2007

as lágrimas como canções



as minhas lágrimas queriam ser tantas canções.
como estrelas num céu demasiado secreto.
como vulcões que me lavrassem o sono.
como sorrisos a levantar do chão.
como larvas que hibernassem na raiva.
parvas lágrimas na valsa vã da solidão.
alegrias devoradas no casulo.
as minhas lágrimas quase só caem por decreto.
são a água triste de um sonho esquisito.
nem sequer sabem como divinos limões.
são fina chuva tanto como saraiva.
são o lar das minhas alarves rimas.
são saudade sem dono.
são tão pequeninos nadas.
são dorzitas tão depenadas.
são fitas, nem públicas nem íntimas.
são ópera bufa em curto-circuito.
são falso blues num céu estupidamente azul.

1 Comentários:

Blogger un dress disse...

há uma ânfora invisível

em todas as fontes...

06 novembro, 2007 23:43  

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