as lágrimas como canções
as minhas lágrimas queriam ser tantas canções.
como estrelas num céu demasiado secreto.
como vulcões que me lavrassem o sono.
como sorrisos a levantar do chão.
como larvas que hibernassem na raiva.
parvas lágrimas na valsa vã da solidão.
alegrias devoradas no casulo.
as minhas lágrimas quase só caem por decreto.
são a água triste de um sonho esquisito.
nem sequer sabem como divinos limões.
são fina chuva tanto como saraiva.
são o lar das minhas alarves rimas.
são saudade sem dono.
são tão pequeninos nadas.
são dorzitas tão depenadas.
são fitas, nem públicas nem íntimas.
são ópera bufa em curto-circuito.
são falso blues num céu estupidamente azul.
1 Comentários:
há uma ânfora invisível
em todas as fontes...
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