04 janeiro, 2007

palavras (agora, de Sylvia Plath)

PALAVRAS

Machados,
Após cada pancada sua a madeira range,
E os ecos!
São ecos que viajam
Do centro para fora como cavalos.

A seiva
Brota como lágrimas, como a
Água a esforçar-se
Por recompor o seu espelho
Sobre a rocha

Que pinga e se transforma,
Uma caveira branca
Comida pelas ervas daninhas.
Anos mais tarde
Encontro-as no caminho -

Palavras secas e indomáveis,
Infatigável som de cascos no chão.
Enquanto
Do fundo do charco estrelas fixas
Governam uma vida.

(do livro Ariel de Sylvia Plath, tradução de Maria Fernanda Borges.)

11 Comentários:

Blogger alice disse...

bom dia, francisco. demorei a vir agradecer a sua dupla visita. não sei como fazê-lo na verdade. e é sempre uma emoção visitá-lo. ora pelos poemas, ora pelas fotos, ora pelas músicas. muito obrigada por tudo. um grande beijinho.

04 janeiro, 2007 09:50  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

a consciência dos factos
depende do preenchimento de um hiato
a consciência do ser é imediata

quem é que entende estas palavras?

04 janeiro, 2007 10:35  
Anonymous Anónimo disse...

eu ORO pelas fotos do Francisco.

04 janeiro, 2007 10:37  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

as dela ficam bem aqui. como lá. no outro lugar....:))))









bom dia. Francisco.

04 janeiro, 2007 11:26  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

pelo menos 99 em 100 pensavam que Mendes Ferreira era homem, Isa mulher e y uma incógnita matemática.

04 janeiro, 2007 11:30  
Blogger hfm disse...

Palavras e logo de Sylvia Plath... obrigada.

04 janeiro, 2007 16:37  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

sorriso.....incógnito Lee. Moloi y Francisco e Alice.



_____________

04 janeiro, 2007 17:08  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

ISABEL MENDES FERREIRA NÃO ERA MOLE NÃO! Leiam isto :
(Isa é a única pertencente à elite cultural que vem até nós, os zés ninguéns Moloi, Lee Yutao, Francisco e Aliece.)

________

o tempo é um lugar comum. que passa. que se estende sobre a areia.
que raramente se entende. um mumúrio de pele que nos engana.
que nos devolve a todos os desertos.
a nenhuma fonte. ao pico da solidão das palavras sobre o papel.

o tempo é só registo do que deveria ter sido
que nunca será.
a extrema metáfora em que vivemos o osso da morte. todos os reflexos à beira da água. tudo por dizer. todos sem saber quem seríamos se um dia ousássemos ser.
___________________
1.

foi só por ti que me fiz da cor do musgo
em ti me rendi
nada ficou à sombra dos lábios.
foste o flanco o bordo o sentido das nuvens
a ondulação do grito.
em ti fiz e desfiz tempestades.devolve-me o abrigo.
2.

tu vens vais e voltas.
desfazes o nó desmanchas abres o véu
acertas no dó que é fá no meu ombro que é si na minha anca e
voltas às voltas que desfias no meu sonho que é pedra e cal feno e água
toda a água que bebo da tua boca.
voltas e vais quase sempre como sombra
pele de nenhuma pele
assombro de lábios lobos no cais.

se um dia voltares sem amarras
à vela na proa das minhas costas
é porque te fiz marinheiro do meu corpo
adamastor do meu lago
margem do meu rio
árvore
prado
limo
sátiro
lobo
e fogo.

se um dia voltasses
o que não é desejável que aconteça serias a rede.
e eu o laço.

05 janeiro, 2007 00:27  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

de Aldina para Lena D'água:
aldina disse...
Um ano à dimensão do teu talento e generosidade é o que julgo ser o ideal, senão melhor ainda:-)

beijinhos de até sempre!

Aldina

perceberam a diferença entre imagem e o que interessa?

05 janeiro, 2007 00:37  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

...
...
...



bom dia F. bom dia Moloi bom dia Lee.bom dia Alice...


!

_____________


um abraço. de até mais logo.

05 janeiro, 2007 09:37  
Blogger alice disse...

estas caixinhas de comentários do francisco são um fenómeno. muito obrigada, y, pelas suas palavras. um abraço a todos.

05 janeiro, 2007 12:24  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial