15 novembro, 2006

Anônimo

Mais um poema que aqui trago da imortal
Ana Cristina César.


Anônimo

Sou linda; gostosa; quando no cinema você roça o ombro em
mim aquece, escorre, já não sei mais quem desejo, que me assa
viva, comendo coalhada ou atenta ao buço deles, que ternura
inspira aquele gordo aqui, aquele outro ali, no cinema é escuro
e a tela não importa, só o lado, o quente lateral, o mínimo
pavio. A portadora deste sabe onde me encontro até de olhos
fechados; falo pouco; encontre; esquina de Concentração com
Difusão, lado esquerdo de quem vem, jornal na mão, discreta.

1 Comentários:

Blogger hfm disse...

sempre ela, sempre belo!

15 novembro, 2006 11:48  

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