06 setembro, 2006

a canção do vento

Nu,
no deslumbramento do sono
invento o nome do meu coração.
Invólucro outro, não
doce lar.

Este som da escrita,
veneno do desalento,
tremendo,
inelutável.

Como o turvo rumor
do mar.
Como o mar na canção
que traz o vento.

10 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Gostei da simplicidade do teu poema...
Como é infinita a beleza das coisas simples!
Deixo aqui um poema talvez não tão simples mas igualmente belo...

A Matéria das palavras

Estamos aqui. Interrogamos símbolos persistentes.
É a hora do infinito desacerto-acerto.

O vulto da nossa singularidade viaja por palavras
matéria insensível de um poder esquivo.

Confissões discordantes pavimentam a nossa hesitação.
Há uma embriaguês de luto em nossos actos-chaves.

Aspiramos à alta liberdade
um bem sempre suspenso que nos crucifica.

Cheios de ávidas esperanças sobrevoamos
e depois mergulhamos nessa outra esfera imaginária.

Com arriscada atenção aspiramos à ditosa notícia de uma
perfeição
especialista em fracassos.

Estrangeiros sempre
agudamente colhemos os frutos discordantes.

Ana Hatherly

Visita o meu blog... talvez gostes, eu gostei do teu...

Isabel

06 setembro, 2006 12:02  
Blogger alice disse...

é no acorde desta canção que o vento buzina no meu coração

um beijinho, francisco

06 setembro, 2006 14:10  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Ó, o Francisco é um simplório. Eu sempre pensei isso!

06 setembro, 2006 14:45  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Hatherly, uma especialista em fracassos, o problema é dela e não de Cesário Verde.

06 setembro, 2006 14:48  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

A giraça Filomena Mónica pasma-se que na sua real vida o Cesário Verde foi um simples comerciário.

06 setembro, 2006 15:06  
Blogger Isabel disse...

Tenho a certeza que o Francisco, que eu não conheço, sabe a diferença entre simples e simplório.
De qualquer forma depois destas suas palavras a diferença ficou bem clara: simples e belo é o poema do Francisco, simplórios e feios são oa seus comentários.
Quanto a Ana Hatherly, especialista em fracassos, no seu entender, sinto-me na obrigação de lhe dizer que tambem Miloi Lorasai se poderia tornar especialista no mesmo, não fosse ter a certeza que neste caso a sua busca não é pela perfeição.
Não sei que tipo de busca é a sua, seja qual for desejo que seja bem sucedido caso contrário corre sérios riscos de ser insultado pelo seu fracasso. Há sempre outra possibilidade, ficar sentado arrogantemente a criticar os que buscam algo.
Cesário Verde,o Grande Cesário Verde nada de nada tem a ver com isto, embora muito soubesse sobre simplicidade.
Não por ter sido um simples comerciário, mas porque tambem ele era conhecedor da beleza das coisas simples, contrariamente a Miloi Lorasai que parece mais interessado no estudo da vulgaridade.
Quanto a Filomena Mónica não tenho conhecimento nem do seu trabalho nem dos seus atributos fisicos e assim sendo não comento.
Aí confesso a minha ignorância, pelo que deixo as considerações sobre a supostamente giraça Filomena Mónica para Miloi Lorasai e outros eventualmente interessados sobre o tema.
Resta-me pedir desculpa por Miloi Lorasai ao Francisco, o seu poema merecia outro tipo de comentários.
Em meu nome por não ter tido a capacidade de ignorar simplesmente tais comentários, conscientemente sei que seria a atitude correcta.
Não soube, tambem eu, ser suficientemente simples.
Agradeço a força que Miloi Lorasai dá ao meu blog e retribuo dando a maior das forças aos seus vários blogs.

Isabel

06 setembro, 2006 16:58  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Saberá MESMO a diferença entre simples e simplório?

06 setembro, 2006 18:06  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Cesário Verde é GRANDE hoje, ou sempre foi GRANDE? Por que não foi considerado GRANDE no decorrer de sua vida simplória, ou vida GRANDE?O meta-poema de Hatherly é belo?
Especialista em fracassos não quer dizer que ela seja um fracasso.Um especialista em fracassos é o Dave Byrne que resgatou o Tom Zé. Um especialista em fracassos é Marcelo Câmara que descobriu ser Newton Mendonça mais importante que Tom Jobim na gênese da bossa-nova. Cesário Verde se sentiu ou não um fracassado? Tom Zé como se sentia?

06 setembro, 2006 18:18  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Isabel, agora falando sério, por que você considera o poema do Francisco SIMPLES?
Esta questão é que me levou a tecer comentários tão simplórios e feios.

06 setembro, 2006 18:40  
Blogger MOLOI LORASAI disse...

Inventar um nome para o próprio coração, que NÃO DOCE LAR , é terrível, não sei se belo ou simples. Além do mais O NOME É UM INVÓLUCRO.
Já leram isto antes?

tá certo, mar , canção, vento, tudo isto é simples em demasia e alguém ficou pelo fim, pois o começo é terrível.

06 setembro, 2006 18:48  

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