no coração de um rio mas também de um porto
"O tiroteio começou antes das seis da tarde. Desci até à esquina
pra comprar cigarros. Quando voltava, um zelador de edifício
estava apavorado. Me mostrou uma bala no chão e o quase
orifício no portão metálico do prédio. O tiro veio lá do morro."
Palavras de Moloi. Nada de ficção. No Rio, às vezes, só deve
apetecer chorar.
(still-frame de "Caetano Veloso Prophecy's", um filminho de Moloi)
Seis da tarde. Bem perto donde Moloi mora no Porto. Muita gente
na rua. "Estava muito trânsito e parou tudo. As pessoas parece
que ficaram em suspenso, sem acreditar no que estavam a ver.
Três encapuzados, armados, a correr pelo meio da rua. Só
quando entraram no carro e arrancaram a grande velocidade é
que nos apercebemos do que tínhamos visto.", disse o dono de
um café ali perto. "Tinha ido à montra buscar umas peças e só
por um milagre não fui atingida.", disse, por sua vez, a proprie-
tária da loja atingida.
Seis da tarde. A azáfama habitual de um fim de tarde nessa zona
da cidade. Gente às compras. Aos saldos. O país que parece
estar ele próprio em saldos. Tanta arma que por aí anda sem
licença. Liquidação de stocks, podia-se ler na montra. Qualquer
dia somos nós que estamos liquidados. O Porto já foi melhor porto
de abrigo.
( Perdoem-me a raivazinha, os laivozinhos de populismo,
porventura, o efeito fácil, mas é que as minhas filhas bem
podiam estar a passear por ali. No fundo, qualquer um de nós.)
(palavras em discurso directo retiradas do "Jornal de Notícias" e as imagens da SIC)
pra comprar cigarros. Quando voltava, um zelador de edifício
estava apavorado. Me mostrou uma bala no chão e o quase
orifício no portão metálico do prédio. O tiro veio lá do morro."
Palavras de Moloi. Nada de ficção. No Rio, às vezes, só deve
apetecer chorar.
(still-frame de "Caetano Veloso Prophecy's", um filminho de Moloi)
Seis da tarde. Bem perto donde Moloi mora no Porto. Muita gente
na rua. "Estava muito trânsito e parou tudo. As pessoas parece
que ficaram em suspenso, sem acreditar no que estavam a ver.
Três encapuzados, armados, a correr pelo meio da rua. Só
quando entraram no carro e arrancaram a grande velocidade é
que nos apercebemos do que tínhamos visto.", disse o dono de
um café ali perto. "Tinha ido à montra buscar umas peças e só
por um milagre não fui atingida.", disse, por sua vez, a proprie-
tária da loja atingida.
Seis da tarde. A azáfama habitual de um fim de tarde nessa zona
da cidade. Gente às compras. Aos saldos. O país que parece
estar ele próprio em saldos. Tanta arma que por aí anda sem
licença. Liquidação de stocks, podia-se ler na montra. Qualquer
dia somos nós que estamos liquidados. O Porto já foi melhor porto
de abrigo.
( Perdoem-me a raivazinha, os laivozinhos de populismo,
porventura, o efeito fácil, mas é que as minhas filhas bem
podiam estar a passear por ali. No fundo, qualquer um de nós.)
(palavras em discurso directo retiradas do "Jornal de Notícias" e as imagens da SIC)
6 Comentários:
A globalização já chegou até à violência.
ninguém te respondeu. pergunta de novo: " só deus afasta balas ?"
recebi por mail um registo de comentários aqui feitos que, não sei porquê, não estão "visíveis".
Não faço a mínima ideia como resolver o assunto
um deles fui eu...
copy & paste...
rio, rio, rio.
rio, pra nao chorar,
pra quem nao sabe sou rio,
a cantar!
[dasse...]
--
Posted by guevara to NU SINGULAR at 2/04/2006 01:20:04 PM
Infelizmente espalha-se mais depressa a violência que a inteligência.
--
Posted by l. to NU SINGULAR at 2/04/2006 03:40:54 AM
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