ruy duarte de carvalho (1941-2010)
Um grande cultor da nossa língua.
Um ribatejano que virou angolano.
Um olhos tão lúcidos sobre o mundo...
Deixo aqui um poema da sua lavra, retirado do livro
"Observação Directa", comprado estes dias por apenas
dois euros...
Para que fique assinalada aqui a sua morte, nestes dias
loucos de agosto. De desgosto.
as lágrimas da rã
nadam na água:
o caco já foi panela
e o escravo já teve mãe.
pano emprestado
não livra da nudez
e a cabeça do próprio
não lhe derreia a espinha.
cobre-se, o fidalgo?
e o nobre tem sal?
e a chuva?
só escolhe os bons?
ou aproveita também
ao talo do capim
que medra sozinho no areal vazio?
Um ribatejano que virou angolano.
Um olhos tão lúcidos sobre o mundo...
Deixo aqui um poema da sua lavra, retirado do livro
"Observação Directa", comprado estes dias por apenas
dois euros...
Para que fique assinalada aqui a sua morte, nestes dias
loucos de agosto. De desgosto.
as lágrimas da rã
nadam na água:
o caco já foi panela
e o escravo já teve mãe.
pano emprestado
não livra da nudez
e a cabeça do próprio
não lhe derreia a espinha.
cobre-se, o fidalgo?
e o nobre tem sal?
e a chuva?
só escolhe os bons?
ou aproveita também
ao talo do capim
que medra sozinho no areal vazio?
2 Comentários:
tá lá na revista ARJUNA...
Um dia destes volto a pôr aqui a ARJUNA...
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