24 agosto, 2010

ruy duarte de carvalho (1941-2010)

Um grande cultor da nossa língua.
Um ribatejano que virou angolano.
Um olhos tão lúcidos sobre o mundo...
Deixo aqui um poema da sua lavra, retirado do livro
"Observação Directa", comprado estes dias por apenas
dois euros...
Para que fique assinalada aqui a sua morte, nestes dias
loucos de agosto. De desgosto.



as lágrimas da rã
nadam na água:

o caco já foi panela
e o escravo já teve mãe.

pano emprestado
não livra da nudez

e a cabeça do próprio
não lhe derreia a espinha.

cobre-se, o fidalgo?
e o nobre tem sal?

e a chuva?
só escolhe os bons?

ou aproveita também
ao talo do capim

que medra sozinho no areal vazio?

2 Comentários:

Blogger MOLOI LORASAI disse...

tá lá na revista ARJUNA...

25 agosto, 2010 03:12  
Blogger francisco carvalho disse...

Um dia destes volto a pôr aqui a ARJUNA...

25 agosto, 2010 13:07  

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