22 janeiro, 2009

jogo sem bola

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© 2004/09


era eu quem podia ter jogado ali a bola.
mas já nem sequer tenho memória de mim.

contentar-me com a pobre ficção. ter-te-ei beijado
junto à baliza. beijos de orvalhada angústia. (ah, esta escrita
de que nunca sacudiste as espúrias inclinações...)
o mar testemunhal. 
entre os ombros a língua em ondas.
gestos desajeitados.
sombras de um sargaço ancestral.
não me deste a pele 
dos seios. abracei-os
desesperado.
e tudo era tão urgente esperança.
tão futura saudade.

era eu ali parado, 
a fumar, encostado ao poste abandonado.
a gritar para a outra baliza o amor que não poderia ter.
reticentes palavras que não marcaram golo.
seria eu ali, alvaramente (deixem-me inventar), na praia 
deserta. 
mas eu nunca fumei.

8 Comentários:

Blogger Filipa Júlio disse...

lindo, lindo, lindo. :)

22 janeiro, 2009 10:56  
Blogger Unknown disse...

mas que bem senhor francisco. Que golaço!Abraço

22 janeiro, 2009 11:04  
Anonymous Anónimo disse...

e também descobriste o programa para transformar em polaroids as fotografias! :)

22 janeiro, 2009 12:24  
Blogger francisco carvalho disse...

não só descobri (cortesia da Guevara!) como estou viciado e desesperadamente à espera da versão profissional...

;)

(e até já tenho um álbum no flickr)

Obrigado, meu caro.
Muito, muito, muito reconhecido, Filipa.
:)

22 janeiro, 2009 14:12  
Anonymous Anónimo disse...

a cortesia da Guevara é digna de uma cortesã imperial. apenas digo isto porque ela não me liga, nenhuma.

22 janeiro, 2009 16:10  
Blogger isabel mendes ferreira disse...

Re.

encanto!!!!!






abraço. F.

23 janeiro, 2009 08:46  
Anonymous Anónimo disse...

Esta sim, a melhor forma de regressar...Embora já sabes..mesmo de longe cuscava quando podia....

beijoca

23 janeiro, 2009 15:53  
Blogger Helena (em stª Apolónia) disse...

muito bonito... gosto mais assim, quando escreves.

24 janeiro, 2009 19:18  

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