jogo sem bola
© 2004/09
era eu quem podia ter jogado ali a bola.
mas já nem sequer tenho memória de mim.
contentar-me com a pobre ficção. ter-te-ei beijado
junto à baliza. beijos de orvalhada angústia. (ah, esta escrita
de que nunca sacudiste as espúrias inclinações...)
o mar testemunhal.
entre os ombros a língua em ondas.
gestos desajeitados.
sombras de um sargaço ancestral.
não me deste a pele
dos seios. abracei-os
desesperado.
e tudo era tão urgente esperança.
tão futura saudade.
era eu ali parado,
a fumar, encostado ao poste abandonado.
a gritar para a outra baliza o amor que não poderia ter.
reticentes palavras que não marcaram golo.
seria eu ali, alvaramente (deixem-me inventar), na praia
deserta.
mas eu nunca fumei.
8 Comentários:
lindo, lindo, lindo. :)
mas que bem senhor francisco. Que golaço!Abraço
e também descobriste o programa para transformar em polaroids as fotografias! :)
não só descobri (cortesia da Guevara!) como estou viciado e desesperadamente à espera da versão profissional...
;)
(e até já tenho um álbum no flickr)
Obrigado, meu caro.
Muito, muito, muito reconhecido, Filipa.
:)
a cortesia da Guevara é digna de uma cortesã imperial. apenas digo isto porque ela não me liga, nenhuma.
Re.
encanto!!!!!
abraço. F.
Esta sim, a melhor forma de regressar...Embora já sabes..mesmo de longe cuscava quando podia....
beijoca
muito bonito... gosto mais assim, quando escreves.
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