arrastar as asas
Chegam gaivotas aos telhados do velho casario,
enquanto o mar embravece.
O cínico olhar posto sobre o ramerrame
da vida dos homens.
As cristãs cruzes de granito,
como que suspensas no céu de tempestade.
Chegam as gaivotas, pousam sobre os telhados
como anjos na graça de pecar.
Disparam gargalhadas.
Iludem a divina omnisciência
iluminando o que só lhes apetece.
Lânguidos títulos da imprensa,
por exemplo.
E assim me entorpeço, e tropeço
em perguntas agitadas:
inupto ou inútil?
Sobre o cenário quase deserto da praça,
a olhar também os pombos,
encontro as lágrimas.
Morri já na infância?
Ou da infância trouxe a morte?
Que faço eu nesta janela?
Cerrada a boca a todas as sedes,
na saliva um travo de inveja,
o olhar voyeur
sobre a eterna corte dos pombos
e dos que passam.
Onde fiquei na infância?
Sem memória me encontro.
A mãe ficou-me na infância. Morreu.
Sobraram os pombos,
estilhaços de um lugar irregressável.
Inúbil? ou marujo?
A vida, essa, continua.
Marulha, é barulho leve.
Breve.
enquanto o mar embravece.
O cínico olhar posto sobre o ramerrame
da vida dos homens.
As cristãs cruzes de granito,
como que suspensas no céu de tempestade.
Chegam as gaivotas, pousam sobre os telhados
como anjos na graça de pecar.
Disparam gargalhadas.
Iludem a divina omnisciência
iluminando o que só lhes apetece.
Lânguidos títulos da imprensa,
por exemplo.
E assim me entorpeço, e tropeço
em perguntas agitadas:
inupto ou inútil?
Sobre o cenário quase deserto da praça,
a olhar também os pombos,
encontro as lágrimas.
Morri já na infância?
Ou da infância trouxe a morte?
Que faço eu nesta janela?
Cerrada a boca a todas as sedes,
na saliva um travo de inveja,
o olhar voyeur
sobre a eterna corte dos pombos
e dos que passam.
Onde fiquei na infância?
Sem memória me encontro.
A mãe ficou-me na infância. Morreu.
Sobraram os pombos,
estilhaços de um lugar irregressável.
Inúbil? ou marujo?
A vida, essa, continua.
Marulha, é barulho leve.
Breve.
7 Comentários:
Sobraram os pombos,
estilhaços de um lugar irregressável.
little Guevara, não dizes nada?
"Que faço eu nesta janela?
Cerrada a boca a todas as sedes,
na saliva um travo de inveja,
o olhar voyeur
sobre a eterna corte dos pombos
e dos que passam.
Onde fiquei na infância?"
Cito porque me cerraste a boca com as tuas palavras.
Reuters
O diretor Robert Altman, que morreu aos 81 anos nos EUA
LOS ANGELES, 21 Nov (AFP) - O cineasta americano Robert Altman, autor de obras que marcaram a história da sétima arte como "M.A.S.H" e "O Jogador", morreu aos 81 anos, confirmou à AFP a produtora do lendário diretor.
nota de chi kung: filme o ambiente deste poema de real valor e coloque-o em off, para os oitenta e tais ainda falta muito!
Acredita: como estive todo o dia a leste das notícias, soube por ti.
Mais um dos grandes que se foi.
Qualquer dia não temos referências.
Mas, na verdade, aí ficam os filmes; para colhermos as lições que neles terão semeado...
A correta utilização das palavras, fruto da sabedoria do silêncio, pode gerar campos
energéticos que favorecem a comunicação dos homens com a realidade (dimensão) interna (da existência).
Trigueirinho in O NASCIMENTO DA HUMANIDADE FUTURA
Cinzento e lamentoso, como estes dias...
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