cemitério de cruzes deitadas
desenho surripiado do quarto da minha filha de sete anos, Março 2006
O CEMITÉRIO DAS CRUZES FERRUGENTAS,
de Tonino Guerra
Maioletto é uma aldeia desaparecida da face da terra uma
noite em que chovia a cântaros e a montanha se rachou ao
meio. Metade ainda está de pé, mas a outra, onde estavam as
casas, os homens e os animais, ficou toda encerrada dentro
das fendas.
Abaixo da grande fraga que restou, há um cemitério com
cruzes deitadas na erva ou encostadas aos muros que fazem
um quadrado.
Um rapaz e uma rapariga, que passeavam a ver as árvores
floridas, chegaram ao meio daquele silêncio para tentar ler o
que estava escrito nas grades. O tempo tinha devorado até as
datas. Só ficaram cruzes ferrugentas, abandonadas pelos ossos e
pelos nomes.
E eles escreveram qualquer coisa com um prego sobre aquela
ferrugem, como se tivessem morrido lá dentro.
3 Comentários:
oh francisco...sem palavras.
e a filha é um génio. como todos os meninos e meninas de sete anos, com pais atentos ao seus desenhos.
tua filha de sete anos desenhou um circuito eletronico para uma para-dimensão.
o desenho dispensa qualquer texto.
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