que escapou a aristóteles
"Outra cousa que também me parece metafísica é isto:
— Dá-se movimento a uma bola, por exemplo; rola esta,
encontra outra bola, transmite-lhe o impulso, e eis a
segunda bola a rolar como a primeira rolou. Suponhamos
que a primeira bola se chama... Marcela, — é uma simples
suposição; a segunda, Brás Cubas; — a terceira, Virgília.
Temos que Marcela, recebendo um piparote do passado
rolou até tocar em Brás Cubas, — o qual, cedendo à força
impulsiva, entrou a rolar também até esbarrar em Virgília,
que não tinha nada com a primeira bola; e eis aí como,
pela simples transmissão de uma força, se tocam os
extremos sociais, e se estabelece uma cousa que podere-
mos chamar — solidariedade do aborrecimento humano.
Como é que este capítulo escapou a Aristóteles?"
(o capítulo XLII das "Memórias Póstumas de Brás Cubas",
— Dá-se movimento a uma bola, por exemplo; rola esta,
encontra outra bola, transmite-lhe o impulso, e eis a
segunda bola a rolar como a primeira rolou. Suponhamos
que a primeira bola se chama... Marcela, — é uma simples
suposição; a segunda, Brás Cubas; — a terceira, Virgília.
Temos que Marcela, recebendo um piparote do passado
rolou até tocar em Brás Cubas, — o qual, cedendo à força
impulsiva, entrou a rolar também até esbarrar em Virgília,
que não tinha nada com a primeira bola; e eis aí como,
pela simples transmissão de uma força, se tocam os
extremos sociais, e se estabelece uma cousa que podere-
mos chamar — solidariedade do aborrecimento humano.
Como é que este capítulo escapou a Aristóteles?"
(o capítulo XLII das "Memórias Póstumas de Brás Cubas",
de Machado de Assis)
3 Comentários:
francisco, é bom também ler o LIMA BARRETO, o antagonista do Machado. talvez te envie um dele, para o teu local de trabalho.você trabalha não é mesmo?
Mal entrou na sala do 14.º andar, Rui Veloso dirigiu-se às janelas e tirou a máquina fotográfica do bolso para registar aquela vista privilegiada sobre a Invicta, a cidade que o viu crescer e que ele tão bem cantou em "Porto sentido". Todavia, o Porto que em tempos foi "o farol cultural do Norte", na sua opinião, "perdeu, dramaticamente, o comboio da cultura" e o pior é que "vai custar muito para recuperar esse estatuto". Criticando os "tiques de novo-riquismo duma cidade que sempre foi burguesa", diz que "cultura não são seis bares na Baixa e uma Casa da Música inconsequente que custou 20 milhões de contos".
Ribeira foi abandonada
Também o velho casario junto ao rio Douro perdeu algum do encanto que outrora teve. "A Ribeira é um sítio único no Mundo, mas foi abandonada. Não há regras. Está tudo sujo e é só cadeiras e guarda-sóis", afirma, com desagrado. "Quase que tenho vergonha de levar amigos ao meu restaurante", desabafa. E, para Rui Veloso, Rui Rio é um dos culpados. "O problema é que temos um presidente da Câmara que não anda na rua. Se andasse, não deixava aquilo como está. E começou logo muito mal quando confundiu as coisas e afrontou o Futebol Clube do Porto que é um dos ex-libris da cidade".
Interessa-me mais o que diz o Tom Zé do que o que diz o Rui Veloso.
Trabalhar? Não faço eu outra coisa.
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