Programa
de Tom Lanoye, retirado de "Uma migalha na saia do universo
— Antologia da Poesia Neerlandesa do Século Vinte"
(Assírio & Alvim 1997)
Sei eu lá bem que aspecto a poesia
deva ter. Não esse tipo paralisado,
monocórdico. É uma coisa que não
aprecio muito. O mesmo tom repetido
até ficar gasto, e depois chamar isso
"coerência formal", ou "uma voz
própria", esse género de tretas.
Não, isso é pouco do meu gosto.
Então antes a guloseima favorita
da minha infância. O rebuçado
mágico. A gente vai chupando,
chupando, estão sempre a aparecer
outras cores e, mal uma pessoa
se distrai, não sobra mais
nada. É exactamente isso, acho
eu. Uma coisa assim. É ela por ela.
(Assírio & Alvim 1997)
Sei eu lá bem que aspecto a poesia
deva ter. Não esse tipo paralisado,
monocórdico. É uma coisa que não
aprecio muito. O mesmo tom repetido
até ficar gasto, e depois chamar isso
"coerência formal", ou "uma voz
própria", esse género de tretas.
Não, isso é pouco do meu gosto.
Então antes a guloseima favorita
da minha infância. O rebuçado
mágico. A gente vai chupando,
chupando, estão sempre a aparecer
outras cores e, mal uma pessoa
se distrai, não sobra mais
nada. É exactamente isso, acho
eu. Uma coisa assim. É ela por ela.
1 Comentários:
excelente definição.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial