coração ventoso
as palavras passam ao largo do meu corpo.
passam como peixes de mares exóticos
em documentários de televisão.
passam como títulos de jornais.
como vozes em zaragatas de autocarro.
passam sujas, anódinas, anónimas.
passam absurdas, indecifráveis, deléveis.
passam, sobretudo, rápido.
passam como estrelas cadentes.
como distantes cometas.
feixes de pulsões eróticas.
acometimentos.
passeiam-se como memórias de sonhos.
sempre me ultrapassam.
não chegam a aquietar-se.
a pairar como eternas nuvens.
nunca me chegam as palavras.
nunca chovem.
passam.
meramente passam.
tudo levam.
meu ventoso coração.
passam como peixes de mares exóticos
em documentários de televisão.
passam como títulos de jornais.
como vozes em zaragatas de autocarro.
passam sujas, anódinas, anónimas.
passam absurdas, indecifráveis, deléveis.
passam, sobretudo, rápido.
passam como estrelas cadentes.
como distantes cometas.
feixes de pulsões eróticas.
acometimentos.
passeiam-se como memórias de sonhos.
sempre me ultrapassam.
não chegam a aquietar-se.
a pairar como eternas nuvens.
nunca me chegam as palavras.
nunca chovem.
passam.
meramente passam.
tudo levam.
meu ventoso coração.
3 Comentários:
Gostei de ler. Muito.
podemos considerar (moloi by moloi) o primeiro poema da idade adulta de Francisco.
é impossível não gostar. das tuas palavras. postas assim. para nós, que te lemos.
e é tão bom ler-te.
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