lisboa, 43 anos depois do terramoto
Excerto final da carta escrita por Carl Israel Ruders, em
Lisboa, a 30 de Dezembro de 1798.
"(...) Ontem cheguei à cidade propriamente dita e fui levado ao
nosso Vice-Cônsul, que teve a amabilidade de me mandar
mostrar o caminho para casa do Sr. S. O meu acompanhante
levou-me por um atalho, do qual nunca mais penso servir-me.
Passou pelas partes menos asseadas de toda a Lisboa. Havia
ainda montes de entulho do grande terramoto e uma sujidade
que, sem dúvida, tem sido constantemente acrescentada duran-
te os últimos tempos. Muitas das janelas das casas velhas e
degradadas não tinham vidros, mas em seu lugar havia roupas
esfarrapadas e fraldas de criança. De vez em quando, uma
mulher deitava fora lixo e água fétida. Tudo isto não me deu a
melhor ideia de policiamento. Penso que não terei motivo para
mais tarde mudar de ideia; no entanto, tenho de admitir que
durante os meus passeios vi muitas partes desta cidade, onde
tanto a regularidade da construção e o esplendor dos edifícios
como evidente bem-estar dos habitantes despertaram a minha
admiração.
Nestes dias fiz poucas visitas. Ainda tenho de continuar
hospedado em estalagens, que aqui não estão em muito bom
estado, mas espero, no entanto, arranjar amanhã um quarto,
através dos esforços dos meus conterâneos que aqui vivem.
Continuarei a dar notícias. (...)"
Lisboa, a 30 de Dezembro de 1798.
"(...) Ontem cheguei à cidade propriamente dita e fui levado ao
nosso Vice-Cônsul, que teve a amabilidade de me mandar
mostrar o caminho para casa do Sr. S. O meu acompanhante
levou-me por um atalho, do qual nunca mais penso servir-me.
Passou pelas partes menos asseadas de toda a Lisboa. Havia
ainda montes de entulho do grande terramoto e uma sujidade
que, sem dúvida, tem sido constantemente acrescentada duran-
te os últimos tempos. Muitas das janelas das casas velhas e
degradadas não tinham vidros, mas em seu lugar havia roupas
esfarrapadas e fraldas de criança. De vez em quando, uma
mulher deitava fora lixo e água fétida. Tudo isto não me deu a
melhor ideia de policiamento. Penso que não terei motivo para
mais tarde mudar de ideia; no entanto, tenho de admitir que
durante os meus passeios vi muitas partes desta cidade, onde
tanto a regularidade da construção e o esplendor dos edifícios
como evidente bem-estar dos habitantes despertaram a minha
admiração.
Nestes dias fiz poucas visitas. Ainda tenho de continuar
hospedado em estalagens, que aqui não estão em muito bom
estado, mas espero, no entanto, arranjar amanhã um quarto,
através dos esforços dos meus conterâneos que aqui vivem.
Continuarei a dar notícias. (...)"
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