Fosse
Fosse esteio
o anelo de morrer.
Fosse uma ideia
bola de brincar
búzio que se escuta
mentira macambúzia.
Fosse uma candeia
o nada a brilhar
ira originária
breve luz difusa.
Fosse devaneio
um sonho a correr.
Fosse uma sereia
brinco do mar
brinquedo-prostituta
segredo fugidio.
Fosse lua cheia
veneno alar
mãe sanguinária
sorriso do cio.
Fosse receio
degredo de ser.
Fosse uma teia
o que sei de matar
sede de cicuta
festa do dilema.
Fosse grão de areia
o que serei no ar
mão imaginária
aresta do poema.
Fosse o que fosse
um fosso
lavraria a palavra.
o anelo de morrer.
Fosse uma ideia
bola de brincar
búzio que se escuta
mentira macambúzia.
Fosse uma candeia
o nada a brilhar
ira originária
breve luz difusa.
Fosse devaneio
um sonho a correr.
Fosse uma sereia
brinco do mar
brinquedo-prostituta
segredo fugidio.
Fosse lua cheia
veneno alar
mãe sanguinária
sorriso do cio.
Fosse receio
degredo de ser.
Fosse uma teia
o que sei de matar
sede de cicuta
festa do dilema.
Fosse grão de areia
o que serei no ar
mão imaginária
aresta do poema.
Fosse o que fosse
um fosso
lavraria a palavra.
4 Comentários:
« Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar», dizia Mário Cesariny. Nem mais! Estamos ansiosos pelas «letragens» que se seguem.O rei vai nu!
eduarda
ó edu, essa do "entre nós e as palavras...", é minha. eheheh
Que tal o titulo FOSSE para este poema franciscano?
Tive sempre dúvidas sobre isso. Sempre hesitei entre simplesmente "fosse" ou o mais fechado "fosse o que fosse".
E fosse o que fosse que me acabou por levar a não intitular o poema, desta vez vou aceitar a tua sugestão e assim ficará "fosse"...
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