28 fevereiro, 2013

doce barbaridade

05 fevereiro, 2013

"Vivamos, Lésbia, amando,
e que nos não perturbe
o cansado murmúrio
 de quem envelheceu.
Podem morrer, nascer
seguidamente os sóis:
a nós, porém, assim
que a breve luz nos foge,
logo nos é forçoso
dormir a inteira noite.
Beija-me cem, mil vezes,
inda mais cem, mais mil,
agora mil, e cem...
Depois, quando fizermos
tantos milhares que nem
os possamos contar,
baralhemos a conta,
para evitar que alguém,
sabendo o número exacto,
nos venha a invejar."


 de Caio Valério Catulo
em "Imagens da Poesia Europeia — I
de David Mourão-Ferreira