30 setembro, 2005

lágrimas súbitas e amargosas

Ao ouvir uma canção do brasileiro Otto, hoje como quase
sempre, tive vontade de chorar.
Só que hoje senti que em mim o dedo de deus não tocou.

29 setembro, 2005

república dos bananas

Ontem aconteceu o incrível em Gondomar.
O incrível, o inconcebível, o inaceitável, o inadmissível.
À porta de uma escola, os altifalantes instalados no tejadilho
de um carro debitavam ruidosamente uma música pavorosa,
cuja letra versava assim: "Para votar Valentim/Olhe bem olhe
primeiro/Vote no quadradinho do fim/Vote Valentim Loureiro".
No recreio, a sinistra figura, mais os seus acólitos, para alvoroço
geral das criancinhas, distribuíam bonés, camisolas, esferográfi-
cas, enfim, as merdices do costume nisto das campanhas eleito-
rais.
Agora pergunto: Como é possivel acontecer dentro de uma escola
pública, um autêntico comício?
Como é aceitável que a direcção da escola tenha permitido isso?
Como é inacreditável que, tanto os professores como os próprios
jornalistas que cobriram tal acção de campanha, tivessem colabo-
dado ou não tivessem denunciado criticamente a situação?!
Mas há mais, e ainda mais grave. Depois de ofertadas as miserá-
veis lembranças, e já no interior do edíficio, o desbocado major,
perorou uns bons vinte minutos perante tão indefesas crianças,
sobre as vantagens da sua candidatura, e alertou para os perigos
dos enganos: "Vocês digam aos vossos avós que desta vez não
podem votar nas setinhas nem nas chaminés! Têm que votar cá
no fundo, no fim, onde está dois pauzinhos que quer dizer que
têm de votar no [boletim de] voto verde e no voto amarelo se
quiserem votar em mim! Muito obrigado!!".
E as crianças, então, desatam em gritos e aplausos frenéticos:
"Valentim! Valentim!". Por aí fora, numa bandalheira geral, um
verdadeiro circo, os professores ajudando à festa.
Volto a perguntar: Como foi possível o beneplácito de tanta gente,
para isto ter acontecido? Em quantas escolas, por esse pobre país
fora, tal o nível dos nossos autarcas, não acontecerá o mesmo?
Que estranhos poderes são estes??
Já não nos bastavam alguns padres que, nas suas soporíferas
prédicas dominicais, aconselham o voto neste ou naquele fulano,
para também agora os nossos filhos, precisamente no local onde
melhor deveriam estar defendidos disso, a Escola, serem
sujeitos a actos da mais baixa propaganda política. Vítimas ino-
centes desta república das bananas e dos bananas.
Que somos todos nós.
Que o permitimos.
Lá fora, incessante, o carro continuava a poluir: "No último
quadradinho/Vote Valentim Loureiro/Ponha lá a cruzinha /
E o Valentim será o primeiro".

28 setembro, 2005

da Alemanha a Portugal, um ícone universal

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© Essen, Alemanha 2004 / Porto 2005

27 setembro, 2005

Raúl Rivero

"(...) A televisão cubana emite toda a semana propaganda contra
os EUA e ao sábado passa normalmente dois trillers americanos
- que são vistos por toda a gente em Cuba. Normalmente, são
filmes péssimos, desses de tiros, mortos e gangsters, mas aca-
bam sempre por ter um conteúdo social, pois as personagens
movem-se num ambiente que fascina. Passei o último ano da
prisão, quando me deram autorização para ver TV, a ver filmes
desses junto aos presos comuns. E todos reparavam nos carros,
nas coisas que as pessoas tinham em casa, no facto de mesmo o
mais pobre andar de automóvel. Duas horas de filme dão cabo
de uma semana de propaganda em que o Governo condena os
Estados Unidos pelas suas posições em conflitos internacionais.
Ninguém apoia o que se passa em Guantánamo, muito menos
eu que venho de uma prisão, mas as pessoas também se preo-
cupam com a sua vida: lemos que os cubanos não têm proble-
mas com os medicamentos, depois vamos ao médico e temos
problemas com os medicamentos. Não existem, temos de pe-
di-los aos amigos; frente à minha casa havia um homem a pe-
dir medicamentos para a circulação. O pior deste sistema de
propaganda é que te explica a ti próprio, que vives num pesa-
delo, o feliz que és. Contam-te a tua vida: tu estás bem no so-
cialismo! No outro dia, telefonaram-me de um jornal a pergun-
tar se eu estava a reflectir sobre as eleições de domingo em
Cuba[17 de Abril]. Eu estou é a reflectir sobre o frio de
Madrid, as eleiçõe em Cuba são um circo. Está tudo arranjado
e não tem qualquer sentido. A determinada altura, vinham-
-me bater à porta porque só faltava eu para cumprir a meta
de votos na minha circunscrição. Diziam-me que assim deixa-
va ficar mal o bairro. Até que um dia simplesmente tiraram o
meu nome dos cadernos eleitorais. Ernest Hemingway afirmou
uma vez que o fascismo era uma mentira contada por rufias; o
comunismo, como tal e como nós o vivemos, é outra mentira
contada por outros rufias. Tudo em Cuba é mentira. (...)"


Excerto da entrevista com o jornalista e poeta cubano Raúl
Rivero, publicada esta sexta-feira passada no DNA.
Condenado em 2003 a vinte anos de prisão pelo regime de
Fidel, libertado entretanto por razões de saúde, vive agora
no exílio, em Espanha. Como tantos dos seus pares.

pobre charlot

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© 2005

Que estou eu a fazer aqui plantado?
Que porto é este onde desembarquei?
Que filme é este onde estou metido?
Onde está o meu mundo a preto-e-branco?
Que jardins pindéricos são estes?
Para onde ficará Hollywood?
Que viagem no tempo é esta?

26 setembro, 2005

cidade sem seiva

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© Porto, Janeiro 2005


Cidade sem seiva, cidade sem chama, cidade sem teatro.
Cidade submersa, cidade sem oxigénio, cidade sem génio.
Cidade em coma profundo, cidade mais de ilusões inúteis
do que úteis visões. Cidade anémica, esvaída, esquecida.
Cidade a morrer à beira do deserto. E o futuro ali tão perto...
Um drama, portanto. Nas palavras de António Reis, do
Teatro Seiva Trupe, sob o ponto de vista cultural, o Porto
vive o maior pesadelo de que se lembra.
Não é verdade, mas anda lá muito perto.
Acordemos!

25 setembro, 2005

papá, já sei desenhar velhotas!

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24 setembro, 2005

manso marilyn

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© Porto, 2005

23 setembro, 2005

a mulher-elástico

- Se eu fosse a Mulher-Elástico, esticava o braço, apanhava a
barbatana do tubarão, rodava, rodava, rodava, depois largava
e ele ia parar à China!
- Isso é que era para bem longe!
- E se eu fosse a Violeta, a Mulher-Transparente, e estivesse
no mar a nadar, ele passava por mim sem me ver, eu agarrava-lhe
na malvada cauda, rodava, rodava, rodava que ele até ia parar
a Itália!!
- Isso é um país demasiado bonito. Podias mandá-lo para um
sítio bem pior.
- E para onde, papá?
- Sei lá...porque não para os quintos do inferno...
- Uma quinta no inferno?... A quinta dos famosos?
- Isso, isso...há muita carninha fresca ali...
- A da Lili?
- Não, porque essa é a Mulher-Plástico...

22 setembro, 2005

Amigos em Portugal

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© 2005


Por estes dias, encontrei o cd "Amigos em Portugal" à venda.
Há quantos anos o procurava! Por inércias várias, minhas e
de amigos meus, ao longo destes anos, nunca consegui passar
para digital esse vinil de que tanto gosto. O velho gira-discos
ficara também a apodrecer em casa do pai...Não hesitei portanto,
comprei-o logo. Este cd aparece agora, decerto devido ao labor
de uma gente que deve ser fã devota de Durutti Column, pois foi
remasterizado digitalmente a partir do próprio vinil. As fitas
originais devem estar algures por aqui, porventura perdidas,
neste paisanito à beira-mar achaparrado...Este disco foi uma das
poucas edições da saudosa, e nossa, Fundação Atlântica, aventu-
ra demasiado oudada e fugaz levada a cabo pelo Miguel Esteves
Cardoso, nesses distantes anos 80. Só foram editadas 4000
cópias. A minha é uma delas. Uma pequena pérola.

Ouvi-la hoje, tantos anos depois, soube-me a lágrimas.
Ou melhor, pôs-me o corpo todo a chorar. Um frémito de
nostalgia.
Lembrar essa espécie de spleen dos meus verdes anos...
Lembrar que lhe dediquei um texto, escrito a vermelho no
próprio encarte interior. Uma espécie de carta arrebatada.
Aqui a deixo. Era inverno, estávamos a curtos dias do natal.

A chuva é mais forte do que tu, meu amigo Vini Reilly.
Soa mais forte que a tua guitarra, a mim que para aqui
estou sozinho, mal acomodado entre jornais e almofadas,
entre jograis e boçais fadas...

Sentiste Lisboa, meu bom amigo...Olha que eu já nem
sinto o meu Porto...
Cidade maldita que me fechou as portas. Já não sinto
sequer o próprio país. Terra que me fechou tudo. Todo.

E a chuva a cair...sempre impiedosa.

Bonito presente de natal o teu.
Ah, como eu gostava de ter uma amada Jacqueline...
Ah, como eu precisava de uma amante Lisboa...
Uma guitarra ou uma menina ao pé da piscina...
Quem me dera um vestido amarrotado.
Ou mesmo a melodia triste de um fado.

Ao pé de ti, sinto-me irmão teu, a mesma magreza,
a melancolia sem fim, invejo até a tua camisola...
A chuva...the same again...
I love you...it's so easily...
A tua música a fazer-me sonhar. Uma noite chuvosa como esta.
As mãos geladas, whisky sem gelo, muito.
A meu lado, uma mulher inanimada e pateta...but sometimes
the dreams are more beautiful...

Com a tua música sinto saudades. Sinto-me na brisa de um
vento fresco, no ondular tranquilo de um lago no verão.
Sinto saudade da minha saudável infância.
E também tu, amigo, já sabes nomear a saudade.

Mas a chuva...
Se não ouço os teus beijos pianíssimos, fraternas melodias arre-
metidas contra a solidão e seus donos, não é por culpa da suavi-
dade bela da tua música, ou da tua frágil sensibilidade.
É mesmo por causa da chuva que cai ruidosa. Implacável.
Também é já tarde na noite, o volume do som está baixinho
porque há gente a dormir.
Gente que ignora o prazer dos homens solitários na sua relação
com a noite, a sua demanda por uma alvorada redentora, um
qualquer alvoroço luminoso na alma...
Men like us...

Thanks, Vini, for your "Amigos em Portugal".


Devo acrescentar que nunca consegui uma camisola igual à dele.
Duas ou três namoradas ainda prometeram, com mais ou
menos paixão, com menor ou maior empenho, fazê-la de suas
próprias mãos. Chegou-se a comprar lã e agulhas de tricot.
A escolher a cor...Chegaram a tecer-se algumas meadas, mas...
mas o tempo emaranhou-me a memória...
Perdi o fio à meada.
Sei que um dia comprei uma que me fez lembrar tudo isso.
Mas era apenas parecida.

21 setembro, 2005

nan goldin

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© 2005 ( a partir de foto de Nan Goldin do livro "Ten years after" )


20 setembro, 2005

amor ou silente cio

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© 2005 (s/ foto de cartaz da exposição de Nan Goldin no Museu de Serralves, 2002)

19 setembro, 2005

after coming

cinéreo o meu olhar
na luminosa manhã.
o fulvo calor sobre os anjos
de mármore.
operários
numa rotina burilada,
beleza esculpida
para a morte.
acre monte.
cinerama de cemitério.
epitáfios
nas dobras de um beijo.
comprar palavras em mutação.
recompôr os nus de nan goldin.
versos em slideshow.
dor circense.
ao longe o mar.
boa vista.
apesar do peso de tudo,
esta cidade
que eu canto e amo.

18 setembro, 2005

à espera de um corvo coxo

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© S.M. Feira, Outubro 2004 ( fotos de Humberto C. )

canção menor

sorriso sem lume
lábios sem vício
boca do negrume

versos sem perfume
ócios do oco ofício
coração vagalume

17 setembro, 2005

a sandália desvendrada

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© 2004 (a minha máquina nas mãos - e pelo olhar prodigioso - de Humberto C.)

passagem para o metro

A jóia desenhada e arquitectada por Théophile Seyrig, discípulo
do famoso Eiffel, a brilhar na invicta desde 1886, agora rejuve-
nescida e revigorada pelas mãos anónimas de operários e enge-
nheiros, de gente heróica e laboriosa. Aí está de novo a nossa
ponte, porventura, mais funcional e fundamental do que nunca.
Aí está para durar. Como nova.

Para que todos os diversos Cais não sejam nunca mais, apenas
uma longínqua miragem divisada dos Guindais...o Metro que
possa servir para o Porto e Gaia virem a ser no futuro a voz
pujante de uma única cidade.
Que o rio, no fundo, nunca separou.

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© Fevereiro, 2005

santa maria da feira

está a fazer um ano. essa noite mágica.
e ele de novo por aí.

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© 2004

ponte andante

Agora, esta ponte é também muito minha.

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© Porto, Fevereiro 2005

16 setembro, 2005

um dragão nos teus cabelos

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© 2005

15 setembro, 2005

the special one

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© Porto, 2005

14 setembro, 2005

andores

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© 2004

13 setembro, 2005

conversa inacabada

- Tu és um gajo demasiado puro.
- Todos os corações são impuros...Não sou é predador.
- Não é isso, és puro demais. As pessoas não são assim. As
pessoas jogam.
- Eu sei. Todos jogamos. Mas eu já nas lerpinhas da adoles-
cência era prudente, não arriscava à toa. Não era aqui que
querias chegar?
- Talvez não sejas um predador, mas és decerto um perdedor.

12 setembro, 2005

olho quem olha

olho quem olha.
no espelho, o espelho
desse velho que já sou.
olhar abismal.
a vida passou.
o que fiz mal?

11 setembro, 2005

céu pesado

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© Dezembro 2004

10 setembro, 2005

pacotinho de açúcar

Hoje ao tomar um café, reparei casualmente na publicidade
inscrita no pacote de açúcar: "Amar é a melhor coisa do mundo"
Assim. Sem sequer um ponto final ou um arrebatado ponto de
exclamação. Ou até, sei lá!, um desiludido ponto de interrogação;
ou ainda as sempre ambíguas reticências. Apenas essa frase seca,
limpa de espúrios sinais, concisa, assumida mas nada grandilo-
quente; apenas essa frase certa, convicta, sem medo do ridículo.
Quem sou eu para contrariar. O sabor até é docinho.

09 setembro, 2005

lógica infantil

- Ó pai, eu podia chamar-te CU.
- Que estás a dizer, filha! Não digas tolices nem asneiras.
- Ó pai, mas é...tu és Fran-cis-cu!
- Se fosse assim, podias chamar c...hum...rabinho a muitas
outras coisas...por exemplo, ao teu coração...
- Ao meu coração e ao teu coração! A todos os corações!
Aos verdes, aos cor-de-rosa, aos vermelhos, aos brancos...
- Isso...a todos os corações do arco-íris...
- E aos coelhos, pai? A eles também não posso?

( Diálogo desconcertante com a minha filha, nos divertidos
tempos em que começava a soletrar as primeiras sílabas, em
que saboreava os primeiros ditongos, em que descobria o
admirável mundo novo das palavras, agora na sua forma
escrita. )

08 setembro, 2005

bad smile

:( :( :( :( :( :( :( :( :( :( m


" BRITÂNICOS PROIBIDOS DE SORRIR PARA AS FOTOS
Já não são conhecidos como o povo mais divertido do mundo -
isto para se ser simpático - , mas agora são obrigados, por lei,
a cultivarem uma atitude ainda mais fria do que o costume. É
que, desde a semana passada os britânicos estão proibidos de
sorrir quando forem tirar fotos para os passaportes. Terão de
se manter impecavelmente sérios, de rosto livre de qualquer
esgar que possa pronunciar alguma boa disposição - nem um
dentinho pode aparecer. A razão é simples: a identificação dos
rostos pelos novos equipamentos de segurança do país exigem
cidadãos sérios. Ao mínimo sinal de humanidade as máquinas
deixam de reconhecer as pessoas. O que poderia lançar um
alerta injustificado. Assim, as autoridades não foram de modas
e emitiram a lei: é proibido sorrir. Publique-se!" *

Delirante!
Admirável mundo novo!!


* Retirado do Público de ontem.

esmagando os ovnis

Apenas um devaneio ficcional nada científico.
O meu pé e o da minha filha, qual armada invencível,
pouco misericordiosos com os pobres dos ovnis...

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© 2003

07 setembro, 2005

Sem Pena

" Sean Penn foi uma das várias celebridades americanas que,
durante o fim-de-semana, se deslocou a Nova Orleães. Entre-
vistado pelas estações de televisão, o actor afirmou que estava
ali para salvar vidas e defendeu que a tarefa de ajudar as víti-
mas devia ser feita não pelos governos nem pelos militares,
mas pelos civis. Contudo, as suas operações de salvamento
abortaram mesmo antes de começarem.
Logo que Sean Penn pôs o barco na água, este começou a
afundar-se. Enquanto procurava freneticamente retirar a
água de dentro do casco com um copo de plástico, descobriu-se
que se tinha esquecido de pôr o tampão de limpeza do fundo.
Depois, subiram para bordo os seus acompanhantes, que
incluíam o fotógrafo privado, encarregado de registar os feitos
para a posteridade. Olhando para o bote cheio de gente mesmo
antes de partir, um dos populares que assistia à viagem ques-
tionou: "Como vai conseguir pôr mais gente nessa coisa?"
Outras celebridades, como Celine Dion, optaram por outro
tipo de ajuda. A cantora doou um milhão de dólares às vítimas."


Publicado esta segunda-feira, creio, no Diário de Notícias.
A ter sido mesmo assim, que tudo isto tenha sido verdade, há
notoriamente tipos com queda para artista...
Não deixo de simpatizar com o tipo, mas esta história é de morrer
a rir...pareceria apenas possível num guião de um qualquer anó-
dino filme americano...
Ao menos que lhe tenha servido de lição.

o lume aceso nos braços frios

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© Dezembro 2004

06 setembro, 2005

devoções

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05 setembro, 2005

oriundo

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Ele gosta dessa palavra. Oriundo.
Ele gosta de todas as palavras, no fundo.
De dobrar a língua em dimensões inauditas.
Pois é assim sua arte poética. Musical.

Ele voltou ao Rio.
(Corre para que foz?)
Ele vai trabalhar, lutar por si mesmo.
Já o estou a ver lá na Cinelândia.
Eu apoio a campanha.

Moloi não é mole não.

04 setembro, 2005

Távora

Outro Grande Português que nos deixou.
Este ano têm sido demasiado funestos os ventos.
Agora foi a vez do Arquitecto Fernando Távora.
O país, este pobre país, cada vez mais pobre.

Resta-nos saber preservar a sua Obra, a sua memória.
Esta cidade do Porto para sempre impregnada do seu génio,
marcada por sua visão pioneira.

triste tópico

eu:
triste tópico.
eu entrópico.
quem sou eu para dizer
que sou triste?
como um buraco negro
deus que me engole.
deu que sou nada.

03 setembro, 2005

Jane Kramer

" Os europeus ainda vivem a ilusão, sobretudo os intelectuais
europeus, de uma política cultural em que cada pessoa tem
influência e, para mim, isso é uma grande ilusão. Na América
já ninguém tem medo dos intelectuais. " *

Quem disse isto, foi a eterna correspondente da revista The
New Yorquer na Europa, a jornalista/escritora americana
Jane Kramer. E disse também que os seus países de eleição,
são a Alemanha, Itália e Portugal.
Para além, claro, de Nova Iorque, "uma ilha privilegiada,
talvez mesmo um país diferente."

* retirado da revista Pública de um desses dias quentes de
Agosto.

02 setembro, 2005

virou um país de grafitos

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© Porto 2005

01 setembro, 2005

o país das couves

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